A finalidade deste trabalho foi encontrar o objetivo angiográfico ótimo da angioplastia periférica que possa predizer a cicatrização das feridas.
Existe evidência que mostra uma perviedade aceitável e salvação do membro afetado em pacientes com isquemia crítica que recebem angioplastia periférica. No entanto, o objetivo angiográfico ótimo a alcançar não é claro. Um vaso infrapatelar pérvio é suficiente ou é necessário tentar ampliar a perviedade para além do vaso. A isso se soma a teoria do angiossoma.
Vários trabalhos foram escritos para tentar responder à pergunta de qual deve ser nosso objetivo quando encaramos uma angioplastia periférica em um paciente com isquemia crítica de membros inferiores. Esta é uma subanálise do registro multicêntrico prospectivo OLIVE (Endovascular Treatment for Infrainguinal Vessels in Patients with Critical Limb Ischemia), que incluiu pacientes com isquemia de membros inferiores e doença infrainguinal.
Foram analisados 185 membros inferiores com úlceras isquêmicas classificadas com Rutherford 5 ou 6 e que receberam tratamento endovascular.
A associação entre o resultado angiográfico final e a cicatrização das úlceras foi feita mediante a utilização do modelo de Cox.
A taxa de cicatrização das feridas foi de 73,5%. A probabilidade de cicatrização adequada da úlcera foi significativamente mais alta sempre que se conseguia obter um eritema adequado no nível da ferida (79,6% vs. 46,5%; p=0,01). O eritema no nível da ferida foi um preditor independente de cicatrização.
Conclusão
A presença de eritema no nível da ferida após uma angioplastia periférica se associou à cicatrização da mesma. O eritema no nível da ferida poderia ser um novo preditor angiográfico de sucesso nos pacientes com isquemia crítica.
Comentário editorial
Este novo conceito se complementa com o do angiossoma. De fato, se conseguirmos revascularizar o angiossoma no lugar em que se encontra a úlcera, é muito provável que obtenhamos um bom eritema. A vantagem do novo conceito consiste no fato de ser muito mais fácil de avaliar e muito mais fácil de recordar (diferentemente dos angiossomas), já que imita o eritema miocárdico da angioplastia primária.
Título original: Wound Blush Obtainment Is the Most Important Angiographic Endpoint for Wound Healing.
Referência: Makoto Utsunomiya et al. JACC Cardiovasc Interv. 2017 Jan 23;10(2):188-194.
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