Gentileza do Dr. Carlos Fava.
O deterioro da função renal de estágio 3 ou mais é frequente antes do TAVI e a necessidade de nova diálise pós-procedimento pode chegar a 20%. De tal porcentagem, 5% pode requerer diálise permanente, aumentando até 9 vezes a mortalidade por ano. Ainda não estão bem estudados os fatores que conduzem a dita complicação.
Foram incluídos de forma prospectiva 6.464 pacientes entre 2007 e 2014. Dentre eles, 117 estavam em diálise previamente ao procedimento (1,8%) e 202 requereram diálise após o implante da válvula percutânea (3,1%). O seguimento foi de 625 dias (268-1.208).
Não se apresentaram diferenças significativas nas populações, com exceção do fato de o acesso não femoral e a válvula Edwards terem sido mais frequentes dentre os pacientes que requereram nova diálise.
Leia também: “Diálise pós-TAVI, uma complicação grave que se torna menos frequente”.
É destacável uma diminuição da necessidade de nova diálise de 6,1% em 2007-2008 a 2,3% em 2013-2014. A necessidade de nova diálise após o TAVI se associou de forma independente a: deterioro da função renal um ano após o procedimento, deterioro da função ventricular esquerda, diabete, utilização da válvula Edwards, acesso não femoral, necessidade de conversão a cirurgia e regurgitação aórtica moderada a severa.
Além disso, no seguimento a necessidade de nova diálise se associou a um aumento da mortalidade em 30 dias (HR: 6,44, 95%; Intervalo de confiança: 2,99 a 4,19; p < 0,001), comparando-se com os pacientes que não requereram diálise.
Conclusão
A proporção de pacientes que necessitam diálise após o TAVI se reduziu com o passar do tempo. A diálise pós-TAVI se associou a um aumento da mortalidade.
Comentário
Embora se saiba que a necessidade de diálise sempre aumenta as complicações e a mortalidade em todos os procedimentos endovasculares e cirúrgicos, esta análise nos mostra que à medida que vamos avançando na curva de aprendizagem podemos observar claramente uma diminuição de ditas complicações.
Leia também: “Um simple eletrocardiograma para predizer mortalidade em TAVI”.
Por outro lado, devemos estar bem atentos às comorbidades e utilizar a menor quantidade de contraste possível para diminuir as complicações associadas à sua utilização.
Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Título original: Dialysis Following Trancatheter Aortic Valve Implantation, Risk Factors and Outcomes.
Referência: An Analisis From the UK TAVI Registry Charles Ferro, et al J Am Coll Cardiol Intevn Article in Press.
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