Há 4 anos publicamos o resumo do estudo SMART-STRATEGY com o título “menos é mais em bifurcações”.
No mês passando já sentimos ventos de mudança com o estudo DEFINITION publicado no European Heart Journal. Hoje, a técnica de DK-Crush parece ter deixado obsoleto o título e o artigo de 4 anos atrás.
Segundo esta recente análise publicada no J Am Coll Cardiol Intv, devíamos mudar o paradigma em bifurcações e dizer “mais é mais”.
A técnica de duplo kissing e duplo crush (DK-crush) se associou a menos eventos conduzidos por uma menor taxa de revascularização. Por outro lado, a mortalidade, os infartos e a trombose foram similares aos da técnica de stent provisional.
O benefício clínico da técnica de 2 stents sobre a técnica de stent provisional foi observado nas bifurcações cujo vaso acessório tinha uma lesão de mais de 10 mm de comprimento.
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Foram incluídos 21 estudos randomizados com um total de 5711 pacientes que utilizaram 5 técnicas diferentes para tratar as bifurcações (stent provisional, T–stent, crush, cullotte e DK-crush). O seguimento durou 12 meses em média (9 a 36 meses).
Quando todas as técnicas foram consideradas, os pacientes tratados com DK-Crush apresentaram menos eventos (OR: 0,39; IC 95% 0,26 a 0,55) do que aqueles que receberam stent provisional.
Esta redução de eventos com a técnica de DK-Crush foi conduzida, fundamentalmente, por uma menor revascularização da lesão alvo.
Leia também: A era do stent provisional para as bifurcações parece chegar ao fim.
Não foram observadas diferenças em outros desfechos mais duros como morte cardíaca, infarto ou trombose do stent entre as diferentes técnicas.
Deixando de lado o DK-Crush, as outras técnicas mostraram resultados muito similares quando foram comparadas.
Título original: Clinical Outcomes Following Coronary Bifurcation PCI Techniques. A Systematic Review and Network Meta-Analysis Comprising 5,711 Patients.
Referência: Giuseppe Di Gioia et al. J Am Coll Cardiol Intv 2020;13:1432–44. https://doi.org/10.1016/j.jcin.2020.03.054.
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