Há evidência acumulada a favor da revascularização completa no contexto de um infarto com supradesnivelamento do ST com múltiplos vasos cuja angioplastia primária foi bem-sucedida.
No entanto, há algumas questões não muito bem esclarecidas em relação aos estudos que defendem a revascularização completa. Por exemplo, todos os vasos devem ser revascularizados no mesmo procedimento, na mesma internação ou os não culpados poder ser revascularizados depois da alta? A decisão para revascularizar dever se basear na estimação visual, na angiografia quantitativa, nas imagens intravasculares, na avaliação funcional invasiva ou em um estudo de imagens com esforço?
Os últimos estudos tendem à simplificação e há uma defesa clara da estratégia de revascularizar as lesões não culpadas com posterioridade á angioplastia primária.
O presente trabalho recentemente publicado no JACC segue a mesma linha: definir as lesões culpadas com a velha angiografia quantitativa.
Em 4041 pacientes do estudo COMPLETE, as lesões não culpadas foram majoritariamente analisadas com angiografia quantitativa (n = 3851).
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A análise pré-especificada perguntava pela existência ou não de algum efeito no corte > 60% vs. < 60% por angiografia quantitativa sobre o desfecho primário de morte cardiovascular ou novo infarto do miocárdio.
Por outro lado, o desfecho secundário foi a combinação de morte cardiovascular, novo infarto e revascularização justificada pela isquemia.
O desfecho primário se reduziu nos 2479 pacientes que apresentavam medições de angiografia quantitativa > 60% (2,5% vs. 4,2%; HR: 0,61; IC 95%: 0,47 a 0,79) mas não nos 1372 pacientes com angiografias quantitativas das lesões não culpadas < 60% (3% vs. 2,9%; HR 1,04, IC 95%; 0,72 a 1,5).
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Os resultados do desfecho secundário foram similares.
Conclusão
Em pacientes cursando uma síndrome coronariana aguda COM supradesnivelamento do segmento ST e doença de múltiplos vasos a revascularização completa reduz eventos quando o cálculo de angiografia quantitativa nas lesões não culpadas é > 60% de estenose.
Título original: Nonculprit Lesion Severity and Outcome of Revascularization in Patients With STEMI and Multivessel Coronary Disease.
Referência: Tej Sheth et al. J Am Coll Cardiol 2020;76:1277–86. https://doi.org/10.1016/j.jacc.2020.07.034.
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