O sucesso ou o fracasso da revascularização de uma oclusão total crônica (CTO) não afeta a mortalidade em seguimento de 10 anos e isso não depende da estratégia de revascularização (angioplastia vs. cirurgia) ou da localização da oclusão total.
O benefício clínico a longo prazo da recanalização e angioplastia ou do bypass em uma CTO continua sendo discutido.
Este é um subestudo do SYNTAXES (Synergy Between PCI With Taxus and Cardiac Surgery Extended Survival) que analisou os pacientes com ao menos uma oclusão total crônica.
Dos 1800 pacientes randomizados a angioplastia vs. cirurgia, 460 apresentavam ao menos uma oclusão total.
A revascularização ou não da CTO não afetou a mortalidade em seguimento de 10 anos, independentemente da estratégia de revascularização (braço angioplastia: 29,9% vs. 29,4%; p = 0,982 e ramo cirurgia: 28,0% vs. 21,4%; p = 0,330).
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Tampouco foram observadas diferenças com a recanalização ou a revascularização se a CTO se encontrava no tronco da coronária esquerda ou na descendente anterior (34,5% vs. 26,9%; p = 0,837).
Conclusão
A recanalização com angioplastia ou a revascularização com cirurgia de uma oclusão total crônica não parece afetar a mortalidade em 10 anos, independentemente do tipo de estratégia ou do lugar da oclusão.
Esses dados apoiam a prática contemporânea de que as recanalizações devem ser oferecidas em centros especializadas e de alto volume a pacientes com angina refratária apesar do tratamento médico ótimo e com viabilidade miocárdica confirmada.
Título original: Mortality 10 Years After Percutaneous or Surgical Revascularization in Patients With Total Coronary Artery Occlusions.
Referência: Hideyuki Kawashima et al. J Am Coll Cardiol. 2021 Feb 9;77(5):529-540. doi: 10.1016/j.jacc.2020.11.055.
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