A doença coronariana de múltiplos vasos associada à deterioração da função ventricular é um desafio em termos de riscos na hora de tomar a decisão sobre que estratégias utilizar para revascularizar.
Conforme esta recente análise do registro SCAAR, publicada no European Heart Journal, o seguimento a longo prazo parece justificar o maior risco inicial. Quando falamos em assumir um maior risco inicial, estamos nos referindo basicamente à cirurgia de revascularização miocárdica (CABG).
Analisou-se a morte por qualquer causa em pacientes submetidos a CABG ou angioplastia e que apresentavam insuficiência cardíaca devido à deterioração da função ventricular e lesão de múltiplos vasos (lesão por angiografia > 50% em ao menos 2 vasos ou no tronco).
Utilizou-se propensity score para comparar as populações, incluindo um total de 2509 pacientes, dentre os quais 35,8% apresentava diabetes e uma porcentagem similar tinha o antecedente de infarto prévio. A idade média foi de 68,1 ± 9,4 anos com quase a metade da população com 70 anos ou mais e a maioria com lesão de 3 vasos ou lesão do tronco.
A terapia inicialmente definida foi a angioplastia para 56,2% da população e a cirurgia para 43,8%.
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Após um seguimento médio de quase quatro anos (em alguns casos o seguimento chegou a 10 anos) a mortalidade foi menor no grupo submetido a cirurgia (OR 0,62; IC 95% 0,41 a 0,96; p = 0,031). Em concordância com o anteriormente afirmado, este desfecho aumentou linearmente nos centros em que a angioplastia foi a estratégia de preferência.
Conclusão
Os pacientes com insuficiência cardíaca de causa isquêmica se beneficiam a longo prazo de uma estratégia cirúrgica de revascularização.
ehab273Título original: Long-term mortality in patients with ischaemic heart failure revascularized with coronary artery bypass grafting or percutaneous coronary intervention: insights from the Swedish Coronary Angiography and Angioplasty Registry (SCAAR).
Referência: Sebastian Völz et al. European Heart Journal (2021) 42, 2657–2664 doi:10.1093/eurheartj/ehab273.
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