DEB, a melhor opção para tratar RIS de femoral superficial

Título original: Paclitaxel-eluting balloon versus standard balloon angioplasty in in-stent restenosis of the superficial femoral and proximal popliteal artery: 1-year results of the PACUBA trial.

Referência: Kinstner CM et al. J Am Coll Cardiol Intv. 2016;9:1386-1392.

 

balon_farmacologico_reestenosis_instrastentDe acordo com o estudo PACUBA, os pacientes com reestenose intrastent (RIS) sintomática da artéria femoral superficial ou poplítea proximal têm melhor perviedade em um ano quando são tratados com balão farmacológico (DEB) em vez de receberem angioplastia com balão convencional.

Inúmeros tratamentos de reestenoses intrastent foram estudados e muitos deles apresentaram resultados contraditórios, o que nos revela que este problema ainda não tem uma solução claramente estabelecida.

A angioplastia com balão convencional no estudo PACUBA (grupo controle) mostrou uma perviedade primária de entre 13 e 28% e uma liberdade de revascularização guiada pela clínica de entre 22 e 42% em um ano. Estes resultados são suficientemente negativos e fazem-nos pensar em opções disponíveis.

Atualmente só está aprovado pelo FDA o excimer laser e o stent coberto para tratar a reestenose intrastent. Os outros tratamentos são off-label. Esta prática pode ser a verdade nos Estados Unidos, porém, não ocorre o mesmo em outros países onde a angioplastia com balão farmacológico ou o stent farmacológico estão (às vezes com escassa evidência) mais difundidos para este uso.

Os balões farmacológicos teriam, pelo menos em teoria, algumas vantagens para serem usados nas reestenoses da femoral superficial:

  • Eluição local de droga em toda a superfície da artéria.
  • Evita o risco de embolização ou de lesão térmica com o excimer laser.
  • Evita mais camadas de stents com o conseguinte aumento do risco de trombose.

Tudo isso com um risco periprocedimento menor que o de um by-pass cirúrgico.

Alguns pontos ainda pouco claros dos balões farmacológicos são:

  • Alta taxa de reintervenções.
  • Necessidade frequente de usar vários balões para cobrir toda a reestenose, com o conseguinte custo e as diferenças de manufatura no que diz respeito ao carread0r e à dose de fármaco (o que faz com que seja impossível tomar o resultado de um estudo como efeito de classe).

No estudo PACUBA foi utilizado especificamente o balão farmacológico Freeway (Eurocor/Opto Eurocor Healthcare) e foram incluídos 74 pacientes com reestenose intrastent da artéria femoral superficial randomizados a angioplastia com balão convencional vs. o balão Freeway.

O resultado foi uma perviedade primária em 12 meses (desfecho primário) de:

  • 40,7% com o balão farmacológico.
  • 13,4% com balão convencional.

P = 0,02.

A liberdade de nova revascularização justificada pela clínica em um ano foi de:

  • 49% para o balão farmacológico.
  • 22,1% para o balão convencional

P = 0,11.

Não houve diferenças entre ambos os grupos no que se refere à melhora da classe Rutherford.

 

Conclusão

Os balões eluidores de paclitaxel oferecem uma maior e significativa perviedade em um ano se comparados aos balões convencionais para tratar a reestenose intrastent da artéria femoral superficial.

 

Comentário editorial

A evidência a favor dos balões farmacológicos tem crescido, apesar de estar claro que ainda não temos uma estratégia padrão ouro para tratar a reestenose em território periférico. O fato de considerarmos uma estratégia com perviedade em um ano de somente 40,7% tem relação direta com o pior resultado do balão convencional.

 

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

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