Gentileza do Dr. Carlos Fava.
O stent provisional é a estratégia de escolha nas bifurcações, mas a dissecção ostial do ramo secundário (RS) é uma complicação séria. A utilização de balões não complacentes (BNC) assegura uma expansão uniforme, equitativa e controlada ao longo do balão, o que diminui o risco de dissecções.
O Registro COBIS II incluiu 2.897 pacientes com lesões de bifurcação (≥ 2,5 mm ramo principal e ≥ 2,3 mm no RS).
26% (752 pacientes) foram tratados somente com BNC. Para homogeneizar a amostra realizou-se um propensity score-matched, ficando 710 pacientes em cada grupo.
O sucesso do procedimento foi maior nos que receberam BNC:
Receberam BNC: 79% de sucesso.
Não receberam BNC: 73,9% de sucesso.
[p = 0,01]
Quanto ao sucesso angiográfico, os números mostraram:
Receberam BNC: 79,7 % de sucesso.
Não receberam BNC: 75,4% de sucesso.
[p = 0,03].
A utilização de BNC se relacionou com menor dissecção do RS (0,1 vs. 1,1; p = 0,04).
O seguimento foi de 36 meses em 96,3% da população. Os eventos combinados foram menores no grupo tratado com BNC (HR 0,64, IC 95% 0,46 – 0,91; p = 0,01), assim como a morte cardíaca (HR 0,14, IC 95% 0,03 – 0,64; p = 0,01) e a trombose do stent (provável, definitiva e possível) e uma tendência a menor taxa de revascularização.
Conclusão
O uso de balões não complacentes se relacionou com uma menor taxa de eventos pós-angioplastia no seguimento de longo prazo dos pacientes com lesões de bifurcação das artérias coronárias.
Comentário editorial
As bifurcações continuam sendo um desafio, sobretudo porque a experiência dos operadores e os novos stents contribuíram para expandir o tratamento a casos mais complexos.
Com os novos avanços nos balões para melhorar o implante dos stents e as novas técnicas sugeridas como o POT (otimização proximal) seguramente obteremos melhores resultados em lesões cada vez mais complexas.
Gentileza do Dr. Carlos Fava. Fundação Favaloro, Buenos Aires, Argentina.
Título original: Impact of non-complicante ballons on long-term clinical outcomes in coronary bifurcation lesion: results from the COBIS (COronary BIfurcation Stent) II registry
Referência: Taek Kyu Park, et al. EuroIntervention2016;12:456-464
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