Quem vive más após o TAVI: homens ou mulheres?

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

Atualmente dispomos de alguns estudos observacionais e de uma metanálise que sugerem que após o TAVI as mulheres teriam mais complicações no curto prazo (devido a maior sangramento, complicações vasculares e AVC), mas também uma menor mortalidade em um ano. Contudo, os dados ainda são conflitivos.

¿Quién vive más luego del TAVI: hombres o mujeres?

Para o presente trabalho foram analisados 17 estudos de 8 registros distintos, com um total de 23.303 mulheres e 23.885 homens.


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As mulheres apresentaram uma idade maior e os homens mais comorbidades, inclusive um maior índice de diabetes, hipertensão, fibrilação atrial, doença coronariana, doença vascular periférica, IAM, ATC, CRM e AVC. Os escores de risco foram maiores nos homens. A fração de ejeção foi maior nas mulheres, embora elas tenham apresentado mais insuficiência cardíaca.

 

O acesso mais frequente foi o femoral, embora nas mulheres o acesso mais utilizado tenha sido o apical. No que se refere ao tipo de válvula empregada, as mulheres receberam mais válvulas-balão expansíveis.

 

Em 30 dias não houve diferenças em termos de mortalidade por qualquer causa ou cardiovascular. No entanto, as mulheres tiveram maior índice de sangramento (RR: 1,37; 95% CI: 1,26 a 1,49; p < 0,001), complicações vasculares (RR 1,62; CI: 1,35 a 1,95; p > 0,001), transfusões (RR 1,51: 95% CI: 0,04 a 2,18; p = 0,03), AVC/AIT (RR 1,28; 95% CI: 1,04 a 1,57; p = 0,02) e uma tendência mais elevada a infartos. Além disso, apresentaram menos regurgitação moderada a severa e mismatch protético em comparação com os homens.


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A redução de mortalidade por qualquer causa em mulheres foi mais evidente com as válvulas-balão expansíveis, mas veio acompanhada de uma maior taxa de AVC em comparação com os homens.

 

Conclusão

Apesar de apresentarem maiores complicações, as mulheres têm uma melhor sobrevida após o TAVI em comparação com os homens.

 

Comentário

Nesta metanálise que incluiu 47.188 pacientes, as mulheres mostraram uma melhor sobrevida apesar das complicações fundamentalmente vasculares que tiveram em 30 dias, com uma maior taxa de acidentes cerebrovasculares.

 

Isso pode se dever ao fato de terem sido usadas válvulas de primeira geração (podendo estar influenciado pelo franchaje do dispositivo). Além disso, concorda com a maior necessidade de utilização de acesso apical.

 

Possivelmente as complicações vasculares e neurológicas diminuam com as válvulas de segunda geração ou com as que seguramente teremos a nossa disposição em um futuro próximo.

 

A menor mortalidade das mulheres em um ano pode estar explicada pelo fato de, embora tenham apresentado menor idade, terem apresentado significativamente muito menos comorbidades e melhor função ventricular, o que tem um impacto positivo na sobrevida.

 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

 

Título original: Long-Term outcomes With Trancatheter Aortic Valve Replacement in Women Compared With Men. Evidence From a Meta-Analysis.

Referência: Marwna Saad et, al. J Am Coll Cardiol Intv 2018;11:24-35


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