Continuando os efeitos registrados em 30 dias e um ano, os resultados a longo prazo do ensaio IABP-SHOCK II mostraram que não existe benefício com a utilização de balão de contrapulsação em pacientes cursando um infarto agudo do miocárdio em choque cardiogênico.
O único trabalho neste grupo de pacientes com seguimento a longo prazo era o ensaio SHOCK, publicado em 2006 mas que tinha começado a incluir pacientes em 1999. Com todos os anos de diferença que entre o ensaio SHOCK e o IABP-SHOCK II, a mortalidade a longo prazo (de 67%) é exatamente a mesma em ambos os trabalhos. A pergunta que todos fazemos é como podemos melhorar os resultados neste grupo de pacientes?
O IABP-SHOCK II foi apresentado nas sessões científicas do congresso da AHA e simultaneamente publicado no Circulation.
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Entre 2009 e 2012 o IABP-SHOCK II incluiu 600 pacientes cursando um infarto agudo do miocárdio em choque cardiogênico que receberam angioplastia primária e foram randomizados a balão de contrapulsação intra-aórtico vs. grupo controle.
O trabalho não conseguiu demonstrar diferenças em sobrevida entre os dois grupos nem em 30 dias nem em um ano.
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Em uma média de seguimento de 6,2 anos (disponível em 98,5% da população) observou-se uma mortalidade de 66,3% no grupo balão de contrapulsação vs. 67% no grupo controle (p = 0,98). Os infartos recorrentes, AVC, revascularização repetida, re-hospitalizações por causa cardíaca, qualidade de vida e classe funcional também foram iguais entre ambos os ramos.
Título original: Intra-aortic balloon pump in cardiogenic shock complicating acute myocardial infarction: long-term 6-year outcome of the randomized IABP-SHOCK II trial.
Referência: Thiele H et al. Circulation. 2018; Epub ahead of print.
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