Gentileza do Dr. Carlos Fava.
A insuficiência mitral (IM) é a valvopatia mais frequente na Europa e nos Estados Unidos, alcançando aproximadamente 10% dos pacientes com mais de 75 anos e implicando uma maior morbidade e mortalidade.
O tratamento de escolha é a reparação em vez do implante para manter o aparato subvalvar que contribui significativamente na sístole. Dita opção é factível e tem uma melhor evolução nas degenerativas, que geralmente vêm acompanhadas de uma boa função ventricular, já que se trata de uma alteração das valvas. Nas secundárias, no entanto, o panorama não é mesmo devido ao fato de as valvas serem normais e a alteração estar na dilatação ventricular, presença de infarto, dilatação de átrio esquerdo e geralmente haver certo deterioro da função ventricular esquerda.
Analisaram-se 13.575 pacientes na Alemanha que tinham recebido tratamento percutâneo edge-to-edge com MitraClip entre 2011 e 2015. A prevalência foi de 3,35 por cada 100.000 habitantes.
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60% da população estava composta de homens; a idade média foi de 77 anos; 87,6% apresentava dispneia CF III-IV; 67,3% tinha doença coronariana, 46% apresentava deterioro da função renal, 30% dos pacientes eram diabéticos e 15% tinha DPOC.
O número de pacientes que recebeu MitraClip foi aumentando com o tempo: de 815 em 2011 a 4.432 em 2015 (β 1,00 [95% CI: 0,96-1,03]; p < 0,001).
A mortalidade hospitalar e o MACE foram similares no decorrer dos anos.
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Os preditores independentes de mortalidade hospitalar foram a insuficiência cardíaca (OR 1,91 [95% CI: 1,43-2,54]; p < 0,001), transfusão de eritrócitos (OR 9,04 [95% CI: 7,45-10,96]; p < 0,001), AVC (OR 6,82 [95% CI: 4,34-10,72]; p < 0,001), endocardite (OR 19,52 [95% CI: 9,04-42,14]; p < 0,001), embolia pulmonar (OR 7,61 [95% CI: 3,44-16,81]; p < 0,001), tamponamento cardíaco (OR 14,08 [95% CI: 7,09-27,96]; p < 0,001) e derrame pericárdico (OR 2,59 [95% CI: 1,66-4,04]; p < 0,001).
Conclusões
O tratamento com MitraClip aumentou 5,4 vezes entre 2011 e 2015 com uma mortalidade e um MACE similares. Nossos dados indicam que a reparação edge-to-edge com MitraClip é uma técnica com uma mortalidade hospitalar aceitável em pacientes do mundo real.
Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Título Original: Incidence and in-hospital safety outcomes of patients undergoing percutaneous mitral valve edge-to-edge repair using MitraClip: five-year German national patient sample including 13,575 implants.
Referência: Ralph S. von Bardeleben, et al. EuroIntervention 2019;14:1725-1732.
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