A FDA aprova o ticagrelor em pacientes de alto risco como prevenção primária

A FDA aprovou esta nova indicação do ticagrelor como prevenção primária em pacientes sem antecedente de infarto ou AVC, mas com diagnóstico de doença coronariana e um perfil de risco alto. 

La FDA aprueba el ticagrelor en pacientes de alto riesgo como prevención primaria

O laboratório que produz o ticagrelor informou que a FDA tomou esta decisão com base no estudo THEMIS, que incluiu quase 20 000 pacientes com doença coronariana estável e diabetes tipo 2.

A decisão da FDA causou surpresa devido ao delicado equilíbrio que mostrou o trabalho em termos de risco/benefício, e isto sem contar o custo da droga. 

No estudo THEMIS o ticagrelor reduziu de maneira significativa o desfecho combinado de eventos cardiovasculares maiores (morte cardiovascular, infarto ou AVC) em comparação com o placebo (ambos os ramos receberam aspirina). Dita diferença foi significativa, mas em termos absolutos a redução de eventos foi inferior a 1% (7,7% vs. 8,5%; p = 0,04).


Leia também: ESC 2019 | THEMIS: ticagrelor em diabéticos com doença coronariana estável.


Além disso, a redução de eventos teve um custo: duplicar a taxa de sangramentos maiores (2,2% vs. 1%; p < 0,001) e aumentar também o sangramento intracraniano (0,7% vs. 0,5%; p = 0,005).


Leia também: ESC 2019 | THEMIS-PCI: diferentemente do que ocorreu com o estudo principal, aqui o ticagrelor vale a pena.


De fato, quando o THEMIS foi apresentado no ano passado no congresso da ESC por Deepak Bhatt (um dos autores), esclareceu-se que para pacientes com doença coronariana estável e diabetes sem antecedente de infarto ou AVC, o risco de sangramento contrapesava o benefício do ticagrelor. 


Leia também: THEMIS: eventos isquêmicos e hemorrágicos em difícil equilíbrio para o ticagrelor crônico.


Título original: Brilinta approved in the US to reduce the risk of a first heart attack or stroke in high-risk patients with coronary artery disease.

Referência: AstraZeneca. Publicado el 01/06/2020.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

AHA 2025 | DAPT-MVD: DAPT estendido vs. aspirina em monoterapia após PCI em doença multivaso

Em pacientes com doença coronariana multivaso que se mantêm estáveis 12 meses depois de uma intervenção coronariana percutânea (PCI) com stent eluidor de fármacos...

AHA 2025 | TUXEDO-2: manejo antiagregante pós-PCI em pacientes diabéticos multivaso — ticagrelor ou prasugrel?

A escolha do inibidor P2Y12 ótimo em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a intervenção coronariana percutânea (PCI) se impõe como um desafio clínico...

AHA 2025 | OPTIMA-AF: 1 mês vs. 12 meses de terapia dual (DOAC + P2Y12) após PCI em fibrilação atrial

A coexistência de fibrilação atrial (FA) e doença coronariana é frequente na prática clínica. Os guias atuais recomendam, para ditos casos, 1 mês de...

AHA 2025 | Estudo OCEAN: anticoagulação vs. antiagregação após ablação bem-sucedida de fibrilação atrial

Após uma ablação bem-sucedida de fibrilação atrial (FA), a necessidade de manter a anticoagulação (ACO) a longo prazo continua sendo incerta, especialmente considerando que...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...