EuroPCR 2023 | TAVI em pacientes com valva aórtica bicúspide

A valva aórtica bicúspide (BAV) é a doença congênita mais frequente e afeta 2% da população. Os pacientes com BAV que são submetidos a substituição da valva aórtica por estenose aórtica chegam a representar 0,5% da população. Em tal contexto, a informação sobre TAVI em pacientes com BAV tem estado restrita a estudos observacionais com a utilização de válvulas de primeira geração que trouxeram como resultado maior taxa de regurgitação perivalvar, bem como maior taxa de implante de marca-passos definitivos. A severa calcificação das valvas e do rafe estão associados a menor taxa de sucesso do procedimento e a piores resultados clínicos. 

O objetivo deste estudo multicêntrico prospectivo foi avaliar a performance da valva e os resultados clínicos com a utilização da prótese EVOLUT PRO em pacientes com BAV, bem como explorar o impacto de diferentes algoritmos por tomografia. 

O desfecho primário (DP) foi a performance da valva, definido dito desfecho como gradiente médio da valva aórtica < 20 mmHg ou velocidade pico < 3 m/seg e não regurgitação moderada ou severa perivalvar em 30 dias. O desfecho secundário (DS) foi a mortalidade total e cardiovascular em 30 dias e em 1 ano, e mismatch severo. 

Entre junho de 2018 e janeiro de 2020, 3777 pacientes foram tratados com TAVI, dentre os quais 206 (5,45%) tinham BAV. Dentre esses pacientes, 149 foram incluídos no registro. A idade média era de 78 anos e a maioria eram homens. O escore STS médio foi de 2,6% e o EUROESCORE II médio foi de 2,8%. Em 51% (n = 77) dos pacientes o tamanho foi determinado pelo tamanho do anel, e em 48% (n = 72) pela combinação da dimensão do anel e supra-anular. O tamanho da válvula mais utilizada foi a EVOLUT de 29 mm (49% e 34 mm (36,9%). A pré-dilatação com balão foi realizada em 87% dos casos, ao passo que a pós-dilatação foi feita em 55%. 

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Quanto aos resultados, o DP foi observado em 96% dos casos no grupo do tamanho determinado pelo anel vs. 94% no grupo determinado pela combinação da dimensão do anel e supra-anular (p = 0,9). A insuficiência perivalvar na maioria dos casos foi leve (81%), seguida de leve a moderada 98,5%), trivial (7,5%), moderada (2,8%) e um único paciente apresentou moderada a severa (1,6%). O mismatch protético foi observado em 9% dos pacientes. A taxa de morte cardiovascular em 30 dias foi de 2,6% e em 1 ano foi de 11%. A taxa de AVC foi de 4,6% e 4% dos pacientes apresentaram complicações vasculares. A taxa de implante de marca-passos definitivos foi de 19,5% em 30 dias e de 25,6% em 1 ano. 

Conclusão

O BIVOLUTX demonstrou uma performance favorável e bons resultados clínicos após o TAVI com a utilização de EVOLUT em pacientes com BAV. 

Dr. Andrés Rodríguez.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Transcatheter aortic valve implantation with the Evolut platform for bicuspid aortic valve stenosis: the international, multicentre, prospective BIVOLUTX registry.

Referência: D. Tichetche et al.


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