Sociedade Latino-americana de Cardiologia Intervencionista

A estenose aórtica afeta mais de 5% da população com mais de 65 anos.

Embora o TAVI tenha avançado no tratamento de dita doença, muitos pacientes apresentam estenose carotídea (CAS), o que implica um risco adicional durante a cirurgia. Entretanto, tal risco não foi integralmente analisado no contexto do TAVI.

Foi levada a cabo uma metanálise que incluiu 5 estudos observacionais com um total de 111.915 pacientes. A idade média foi de 83 anos e 46% eram mulheres.

Observou-se que a taxa de acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico transitório (TIA) foi maior nos pacientes que apresentavam CAS (OR de 1,44; IC de 95%: 1,07–1,95; p = 0,016), sem terem sido constatadas diferenças significativas no que diz respeito a infarto do miocárdio (OR de 1,24; IC de 95%: 1,05–1,47; p = 0,074), mortalidade por qualquer causa (OR de 0,99; IC de 95%: 0,71–1,37; p = 0,94), insuficiência renal aguda (OR de 0,98; IC de 95%: 0,90–1,06) e necessidade de um implante de marca-passo depois do TAVI (OR de 0,95; IC de 95%: 0,70–1,30; p = 0,759) entre os dois grupos.

Conclusão

Esta análise revelou uma associação entre a estenose carotídea e eventos cerebrovasculares em pacientes submetidos a TAVI, sem que tenha sido observado um impacto significativo na mortalidade por qualquer causa. Destacou-se a necessidade de estudos prospectivos para a avaliação mais detalhada de determinantes adicionais dessa associação, como o comprometimento unilateral ou bilateral e o grau de estenose que incrementa o risco.