A necessidade de um marca-passo definitivo continua sendo um dos principais desafios no TAVI, especialmente quando se trata das válvulas autoexpansíveis, que mostram uma taxa de necessidade de implante de marca-passos definitivos de entre 4% e 6,5%.
Visando a evitar a necessidade de implante de marca-passos, foi desenvolvida a técnica de implante alto ou de “cusp overlapping” (COT), tendo várias análises demonstrado uma taxa menor de necessidade de marca-passo em comparação com a técnica de implante convencional ou de três cúspides (3C). No entanto, dita técnica ainda carece de estudos randomizados ou de grande magnitude.
Foram analisados 647 pacientes que tinham sido submetidos a TAVI com válvulas autoexpansíveis EVOLUT, dentre os quais 519 (80,2%) receberam abordagem COT.
Os grupos foram similares, com uma idade média de 82 anos, tendo sido, porém, os escores cirúrgicos mais altos nos pacientes nos quais a válvula foi implantada utilizando-se a estratégia 3C.
A função ventricular esquerda foi maior nos pacientes que foram abordados com a estratégia COT (58% vs. 53%; p < 0,001), com um gradiente de 41 mmHg, sendo ao redor de 2% bicúspides.
Leia Também: A pós-dilatação no TAVI afeta a evolução a longo prazo?
A válvula mais utilizada foi a 29 (45%), seguida da 26 (35%), da 34 (12%) e em menor proporção da 23; o acesso femoral foi utilizado em quase todos os pacientes.
Em 30 dias, os pacientes submetidos a implante com a estratégia COT mostraram uma menor necessidade de marca-passo (10% vs. 21%; p =< 0,001) e um novo bloqueio A-V (11% vs. 23%; p < 0,001), sem diferença no que se refere a presença de novo bloqueio de condução intraventricular (BCRE).
Conclusão
A estratégia de COT apresenta algumas possíveis vantagens técnicas em comparação com a técnica 3C e talvez uma menor taxa de necessidade de marca-passo no TAVI com válvulas autoexpansíveis EVOLUT.
Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.
Título Original: Cusp overlap method for self‐expanding transcatheter aortic valve replacement.
Referência: Talal F. Aljabbary, et al. Catheter Cardiovasc Interv. 2024;103:202–208.
Subscreva-se a nossa newsletter semanal
Receba resumos com os últimos artigos científicos