Vorapaxar em isquemia aguda de membros inferiores

Título original: Acute Limb Ischemia and Outcomes With Vorapaxar in Patients with Peripheral Artery Disease: Results From TRA2°P-TIMI 50. Referência: Marc P. Bonaca et al. Circulation. 2016 Mar 8;133(10):997-1005.

 

Os pacientes com doença vascular periférica têm um alto risco de isquemia aguda de membros inferiores, um evento que pode resultar na perda da perna afetada.

Este trabalho pesquisou as causas, sequelas e preditores de isquemia aguda de membros inferiores e testou a hipótese de que o antagonista do PAR-1, o Vorapaxar, poderia reduzir sua incidência.

O estudo TRA2°P-TIMI 50 foi randomizado, duplo cego e controlado com placebo para testar o Vorapaxar em pacientes estáveis, incluindo 3.782 com antecedentes de enfermidade vascular periférica sintomática. A isquemia aguda de membros inferiores foi um desfecho pré-especificado do trabalho.

Um total de 150 eventos de isquemia aguda em 108 pacientes ocorreram durante o seguimento (3,9% em seguimento de 3 anos, 1,3% anualizado).

Em pacientes com doença vascular periférica sintomática, o tabaquismo, uma revascularização prévia e o índice tornozelo-braquial foram preditores de isquemia aguda.

A maioria dos eventos de isquemia aguda se deveram a trombose de by-pass fêmoro-poplíteos cirúrgicos (56%) seguidos da trombose in situ de um vaso nativo (27%).

A trombose de um stent e a embolia causaram isquemia aguda em 13% e 5%, respectivamente. A amputação ocorreu em 17,6% dos pacientes com isquemia aguda.

O Vorapaxar reduziu a chance de isquemia aguda em 41% (HR 0,58, IC 95% 0,39 a 0,86; p= 0,006)e esta eficácia foi consistente para todas as etiologias de isquemia aguda.

Conclusão
Em pacientes selecionados com doença vascular periférica sintomática e sem fibrilação auricular, a taxa de isquemia aguda é de 1,3% por ano e é mais frequentemente causada pela trombose aguda de um by-pass cirúrgico e pela trombose in situ. O Vorapaxar reduz a isquemia aguda em todas as etiologias.

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