O consumo de carne se associa a um pequeno mas significativo aumento da mortalidade cardiovascular por qualquer causa. A relação foi dose/resposta e não se observou nenhuma “dose” segura de carne.
De acordo com esta análise que será publicada no JAMA e que incluiu seis diferentes estudos prospectivos, o consumo de carnes vermelhas, tanto processadas (salsichas, frios) como não processadas, se associa com um pequeno incremento da mortalidade.
A carne de frango também se associou com um incremento da mortalidade cardiovascular, mas não da mortalidade por qualquer causa. A análise com relação ao frango tem a limitação de não ter sido possível distinguir entre o frango frito e outras formas de cozimento.
Por outro lado, a carne de peixe não se associou em absoluto a um aumento do risco.
Embora o impacto das carnes processadas e das carnes vermelhas sem processar seja pequeno, também é verdade que é um fator facilmente modificável, motivo pelo qual o impacto em termos populacionais não deve ser depreciado e deveria passar a fazer parte de nossa longa fila de conselhos aos pacientes.
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A base de dados sobre a dieta nestes 6 grandes registros que conformaram o estudo foi realizada entre 1985 e 2002 e incluiu 30.000 indivíduos seguidos por uma média de quase 20 anos.
Após ajustar por múltiplas variáveis observou-se que duas comidas semanais de carne processada já são suficientes para aumentar a mortalidade (HR 1,07; IC 95%: 1,04-1,11). O incremento do risco absoluto parece modesto (somente 1,74% em 30 anos) em comparação com outros fatores, mas está claro que existe.
Além disso, este trabalho não pôde encontrar um consumo “seguro” de carnes vermelhas e somente aqueles que não consumiam mantiveram o risco estável.
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Estas recomendações têm que ser individualizadas, de acordo com o risco global de cada paciente, mas parece saudável indicar outras fontes de proteínas como a clara de ovo, o peixe, as nozes, os legumes e os grãos integrais.
Título original: Associations of processed meat, unprocessed red meat, poultry, or fish intake with incident cardiovascular disease and all-cause mortality.
Referência: Zhong VW et al. JAMA Intern Med. 2020; Epub ahead of print.
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