As características vulneráveis das placas se relacionam de maneira independente com as medições funcionais realizadas sob hiperemia, de forma muito mais precisa que as medições realizadas em estado basal com o iFR. Estes achados sugerem que não só a severidade da estenose mas também as características da placa afetam o resultado da medição funcional.
Este é um subestudo do PACIFIC (Prospective Comparison of Cardiac PET/CT, SPECT/CT Perfusion Imaging and CT Coronary Angiography With Invasive Coronary Angiography) que explora o impacto das características vulneráveis das placas por tomografia na medição dos índices funcionais, tanto com hiperemia como sem hiperemia. A morfologia vulnerável das placas por tomografia afeta as medições do FFR, o que se associou com uma síndrome coronariana aguda iminente.
O índice instantâneo no período livre de ondas (iFR) surgiu como uma alternativa ao FFR, que provou ser tão bom ou inclusive melhor na maioria das placas, embora pouco saibamos desta equivalência em placas com especiais características de risco.
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Foram avaliados de maneira prospectiva 257 vasos em 120 pacientes com suspeita de doença coronariana. Todos os pacientes foram submetidos a uma angiotomografia de 256 cortes para ver a severidade das lesões e as características das placas. O remodelamento positivo, a baixa atenuação da placa, os nódulos calcificados e uma imagem símil relógio de areia foram considerados sinais de vulnerabilidade das placas por tomografia. Todas estas placas foram avaliadas com FFR e iFR, incluindo iFR sob adenosina (iFRa).
Na análise por vaso, as estenoses luminais significativas se correspondem com medições baixas de FFR, iFR e iFRa. Na análise multivariada, tanto o FFR quanto o iFR estiveram associados com estenose ≥ al 70% (p < 0,001 e p = 0,003, respectivamente).
A morfologia vulnerável se associou de maneira independente a um FFR anormal, o que não é válido para o iFR.
Conclusão
A morfologia vulnerável das placas por tomografia se relaciona com os índices medidos sob hiperemia como o FFR, mas não com aqueles realizados sem a infusão de adenosina, como é o caso do iFR. Estes achados devem ser validados e sugerem que não apenas o grau de estenose mas também a composição das placas afetam o resultado das medições funcionais.
Referência: Roel S. Driessen et al. J Am Coll Cardiol Img 2020, article in press.
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