Qual é a área ideal na ATC do TCE não protegido?

Gentileza do Dr. Carlos Fava. 

A ATC do TCE não protegido (PCI-UPLMS) é uma estratégia aceitável e comparável com a cirurgia, mas o recomendável é sua realização com IVUS, já que dita associação demonstrou uma melhor evolução e menor mortalidade. Contudo, ainda não está muito claro qual é a área mínima que devemos conseguir. 

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Foi levada a cabo uma subanálise do estudo NOBLE. Da totalidade dos 603 pacientes submetidos a PCI UPLM, utilizou-se IVUS em 474, pré-ATC em 270 (45%) e pós-ATC em 435 (72%).

Em 5 anos de seguimento o MACE foi de 18,9% nos pacientes nos quais se realizou IVUS pós-ATC e de 25% nos quais não se realizou IVUS (p = 0,45). Por outro lado, o TLR nos que receberam IVUS pós-ATC no TCE foi menor (5,1% vs. 11,6%; p = 0,001). 

Foi feita uma análise da área mínima do stent (MAS) para estudar sua expansão no nível do TCE, com separação em 3 tercis (4,4-10,8 mm2, 10,9-13,4 mm2 e 13,4-25,4 mm2).

Os pacientes do último tercil apresentaram menos TLR que os do primeiro tercil (12,2% vs. 0%; p = 0,002) e menos necessidade de novas revascularizações (17,6% vs. 5,2%; p = 0,02).


Lea también: SOLACI PERIPHERAL | 2° Caso Clínico: Aneurisma de aorta abdominal yuxtarrenal.


Não houve diferenças em termos de morte, infarto ou trombose de stent.

Conclusão

A avaliação com IVUS pós-ATC e a adequada expansão dos stents não se associou com uma redução do MACE, mas sim com uma redução no TLR na angioplastia do tronco da coronária esquerda não protegido.

É provável que o uso das imagens intracoronarianas para prevenir a subexpansão dos stents na angioplastia do tronco da coronária esquerda não protegido melhore a evolução. 

Gentileza do Dr. Carlos Fava. 

Título Original: Intrvascular ultrasound to guide left main stem intervention: a NOBLE trial substudy.

Referencia: Andrew Ladwiniec, et al. EuroIntervention 2020;16:201-209.


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