As imagens intravasculares com tomografia de coerência ótica (OCT) e a ressonância magnética permitem identificar a causa do infarto em 85% das mulheres sem obstruções coronarianas na angiografia.
Os infartos sem doença coronariana obstrutiva (MINOCA) afetam desproporcionalmente às mulheres e durante muito tempo nós consideramos ditos eventos como “falsos positivos”.
O estudo HARP incluiu 301 mulheres, das quais 170 apresentaram sintomas anginosos, elevação de troponinas e coronárias sem obstruções (todas inferiores a 50%). Estas 170 mulheres foram diagnosticadas como MINOCA.
A ressonância magnética nuclear somada à OCT permitiu encontrar o mecanismo do infarto na grande maioria dos casos.
A OCT identificou lesões definitivamente culpadas ou, no mínimo possíveis, com 6% de ruptura de placa, 3% de trombo sem ruptura, 21% de cavidade intraplaca, 13% de placa dissecada, 2% de engrossamento intimal/espasmo e 1% de dissecção espontânea.
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A ressonância magnética mostrou padrões isquêmicos, em sua maioria com edema miocárdico no território da artéria responsável. Um padrão não isquêmico foi observado em 20,7% dos casos sugerindo miocardite, síndrome de Takotsubo ou miocardiopatia não isquêmica.
Quando as descobertas da OCT e da ressonância se combinam é possível identificar a causa da MINOCA em 84,5% dos casos.
Os autores opinaram que o IVUS e a tomografia poderiam ter seu lugar quando a ressonância e a OCT não estiverem disponíveis.
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Os guias europeus para infartos sem supradesnivelamento do ST de 2020 dão uma recomendação classe IB à ressonância nos casos de MINOCA. Esta última também está recomendada nos guias americanos de 2019.
Nenhum de tais documentos dão uma recomendação formal à OCT. Eles simplesmente sugerem que as imagens intravasculares poderiam ser de utilidade caso exista suspeita de ruptura ou erosão da placa, dissecção coronariana, etc.
MINOCATítulo original: Coronary optical coherence tomography and cardiac magnetic resonance imaging to determine underlying causes of MINOCA in women.
Referência: Reynolds HR et al. Presentado en el congreso AHA 2020 y publicado simultáneamente en Circulation. 2020 Nov 14. doi:10.1161/CIRCULATIONAHA.120.052008.
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