ACC 2021 | Cirurgia de emergência no infarto: benefícios apesar do alto risco

A tendência mundial nos últimos anos tem sido uma diminuição das cirurgias de emergência no infarto agudo do miocárdio concomitantemente com um aumento das angioplastias primárias. 

ACC 2021 | Cirugía de emergencia en el infarto: beneficios a pesar del alto riesgo

A combinação de cirurgiões avessos ao risco e de cardiologistas intervencionistas empoderados para tratar qualquer lesão estabeleceu um cenário no qual praticamente nenhum paciente entra na sala de cirurgia. Há alguns anos os cardiologistas intervencionistas tinham ao menos a “gentileza” de entrar em consenso com o cirurgião de plantão a respeito da estratégia de tratamento. Vários anos nos quais o consenso sempre terminou em angioplastia fizeram com que hoje, na maioria dos centros, o intervencionista avance diretamente com a angioplastia primária. 

Este trabalho apresentado hoje no congresso do ACC 2021 e simultaneamente publicado no JAHA ilustra com números as afirmações anteriores. Entre os anos 2000 e 2017 houve uma redução de 90% das cirurgias de revascularização miocárdica de emergência. 

Também é verdade que as técnicas cirúrgicas e os cuidados pós-operatórios melhoraram durante o mesmo período observado. Isso fez com que, apesar da redução no volume e da seleção de casos, se mantivesse um claro benefício em termos de mortalidade. 

Ao comparar os pacientes que foram submetidos a cirurgia na primeira metade do estudo vs. os da segunda metade revela-se informação interessante


Leia também: ACC 2021 | ATLANTIS: Apixabana pós-TAVI vs. tratamento padrão.


Os pacientes tratados no período mais recente apresentaram mais frequentemente infartos sem supradesnivelamento do ST (80,5% vs. 56,1%), apresentaram mais frequentemente falha multiorgânica de causa não cardíaca (26,1% vs. 8,4%), apresentaram-se com choque cardiogênico (11,5% vs. 6,4%) e receberam suporte circulatório mecânico (19,8% vs. 18,7%; p < 0,001 para todas as comparações).

Apesar do anteriormente observado, a mortalidade entre os períodos foi similar (5,3% em 2000 vs. 3,6% em 2017).

Título original: Temporal trends, clinical characteristics and outcomes of emergent coronary artery bypass grafting for acute myocardial infarction in the United States.

Referência: Patlolla SH et al. Presentado en el congreso de la ACC 2021 y publicado simultáneamente en J Am Heart Assoc.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Perfurações coronarianas e o uso de stents recobertos: uma estratégia segura e eficaz a longo prazo?

As perfurações coronarianas continuam sendo uma das complicações mais graves do intervencionismo coronariano (PCI), especialmente nos casos de rupturas tipo Ellis III. Diante dessas...

Doença de tronco da coronária esquerda: ATC guiada por imagens intravasculares vs. cirurgia de revascularização miocárdica

Múltiplos ensaios clínicos randomizados demonstraram resultados superiores da cirurgia de revascularização coronariana (CABG) em comparação com a intervenção coronariana percutânea (ATC) em pacientes com...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...