A doença cardiovascular é a principal causa de morte em pacientes com transplante renal funcionante, chegando a representar 30% dos óbitos, com a taxa mais alta no período peritransplante. Por sua vez, a incidência de infarto agudo do miocárdio (IAM) após um transplante renal é de 5% a 11%. Devido a isto, os candidatos a transplantes que são assintomáticos são submetidos a uma triagem de doença coronariana.
O objetivo desta metanálise foi comparar a utilidade da revascularização coronariana vs. o tratamento médico antes do transplante.
O desfecho primário foi a mortalidade por todas as causas.
Foram avaliados 8 estudos, tendo sido incluídos 945 pacientes. 35,9% eram mulheres e a idade média foi de 56 anos. Cinco estudos relataram mortalidade total.
Não houve diferenças significativas (RR 1,16 [95% CI, 0,63-2,12] no que se refere ao desfecho primário. Quatro estudos relataram mortalidade cardiovascular, não tendo sido observadas nos mesmos diferenças significativas (RR 0,75 [95% CI, 0,29-1,89]).
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Finalmente, 6 estudos relataram eventos cardiovasculares maiores com o mesmo resultado (RR 0,78 [95% CI, 0,30-2,07]).
Conclusão
Esta metanálise demonstrou que a revascularização coronariana não é superior ao tratamento médico ótimo para os efeitos de reduzir a mortalidade total, mortalidade cardiovascular e eventos cardiovasculares maiores em pacientes candidatos a transplante renal.
Dr. Andrés Rodríguez
Membro do conselho editorial da SOLACI.org
Referência: Muhammad U. Siddiqui, J Am Heart Assoc. 2022; 11:e023548.
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