Os marca-passos pós-TAVI aumentam os custos mas não os eventos adversos

Esta nova metanálise não conseguiu provar que o implante de um marca-passo permanente pós implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) aumentasse a taxa de mortalidade, infarto ou AVC. Ditos dispositivos só poderiam se associar a uma menor recuperação da função ventricular pós-procedimento, coisa que já tinha sido observada em estudos prévios.

Los marcapasos post TAVI aumentan los costos pero no los eventos adversos

Os pacientes que requerem marca-passo têm claramente os mesmos benefícios pós-TAVI que aqueles que não o necessitam, o que é uma muito boa notícia levando em consideração o fato de que entre 10% e 40% dos pacientes – de acordo com o tipo de válvula – o recebem após a alta.

 

Esta análise, publicada no Circulation Cardiovascular Interventions, incluiu 23 estudos com um total de 20.000 pacientes e aproximadamente 2.500 marca-passos implantados.


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O risco de eventos adversos, incluindo mortalidade por qualquer causa, mortalidade cardiovascular, infarto e AVC foi similar em 30 dias e em um ano entre os pacientes que requereram marca-passo o os que não o requereram.

 

Os pacientes sem marca-passo mostraram uma melhor recuperação da função ventricular após o TAVI, embora isso deva ser colocado em contexto. A maioria dos pacientes tinham uma função ventricular basal normal, o que poderia explicar a aparente ‘desconexão’ entre a ausência de melhora da função ventricular e os eventos adversos nos pacientes que receberam marca-passo.

 

A redução da massa ventricular que se observa precocemente após o TAVI graças à diminuição da pós-carga se associa a menos re-hospitalizações por insuficiência cardíaca. Estão em curso estudos neste momento que visam a dilucidar se esse fenômeno se vê afetado pelo funcionamento permanente do marca-passo.


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Uma pergunta que esta metanálise não pôde responder é quão dependente do marca-passo estiveram os pacientes a longo prazo. Obviamente o impacto do marca-passo não será igual se o mesmo funcionar 20% do tempo, 50% ou se o paciente estiver completamente dependente. Outros estudos sugeriram que até a metade dos pacientes deixam de querer o marca-passo um mês após o implante.

 

Esta metanálise também não pôde revelar certas complicações associadas ao marca-passo como a desconexão de cabos, infecções de ferida, hematoma do bolso ou miocardiopatia.

 

Título original: Clinical and echocardiographic outcomes following permanent pacemaker implantation after transcatheter aortic valve replacement: meta-analysis and meta-regression.

Referência: Mohananey D et al. Circ Cardiovasc Interv. 2017 Jul;10(7).


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