Regurgitações leves: as inimigas silenciosas do TAVI

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

Embora a presença de regurgitação tenha diminuído com a maior experiência e os novos dispositivos, dito problema continua sendo frequente e tem impacto na sobrevida (especialmente quando é moderada ou severa).

Leaks leves: los enemigos silenciosos en el TAVI

Análises recentes demonstraram que a regurgitação leve também tem impacto negativo. Porém, estes dados foram aportados por poucos estudos e por uma metanálise pequena embora haja outros maiores que indicam o mesmo.


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Foram incluídos 25 estudos com um total de 21.018 pacientes.

 

De forma global, a presença de regurgitação leve (comparada à regurgitação “trivial” ou a ausência de regurgitação) se associou a maior mortalidade (HR 1,26, 95% CI 1,11-1,43; p =< 0,0001) entre os 6 meses e os 5 anos. A mortalidade cardiovascular também foi maior ante a presença de regurgitação leve (HR 1,28, 95% CI 1,05-1,57; p = 0,002) entre 1 e 3 anos.

 

Na análise por subgrupos a regurgitação leve também se associou a maior mortalidade.


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No grupo dos inoperáveis ou de alto risco cirúrgico houve maior mortalidade (18 estudos 17.002 pacientes; HR 1,27, 95% CI 1,09-1,47; p = 0,002), mas o mesmo não ocorreu com o grupo de pacientes de risco baixo e intermediário (HR 1,27 95% CI 0,95-1,69; p = 0,11).

 

No que se refere à válvula utilizada, as balão expansíveis se associaram a um incremento da mortalidade (HR 1,41, 95% CI 1,05-1,89; p = 0,002), coisa que não ocorreu com as autoexpansíveis (HR 1,21 0,79-0,81; p = 0,38).

 

Conclusão

A presença de regurgitação leve se associou a um incremento na mortalidade por qualquer causa e a morte cardiovascular após o TAVI. Realizar intervenções em presença de regurgitação leve pode ser benéfico, mas isso ainda não está determinado.

 

Comentário

Na atualidade, esta é a maior metanálise que nos mostra que a presença de regurgitação leve se relaciona com um aumento de mortalidade: em 26% a mortalidade por qualquer causa (6 meses a 5 anos) e em 28% a mortalidade cardiovascular (entre 1 e 3 anos).

 

O mesmo não foi demonstrado em pacientes de risco intermediário ou de baixo risco e possivelmente isso esteja relacionado com o fato de estes não apresentarem tantas comorbidades, não serem frágeis e terem uma maior reserva miocárdica para tolerar a sobrecarga de volume.

 

Estes dados devem nos levar a ser muito exigentes com o dispositivo a implantar. De qualquer forma, a regurgitação com certeza diminuirá no futuro devido ao fato de contarmos a cada dia com melhores tecnologias e maior experiência.

 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

 

Título original: Does mild paravalvular regurgitation postmtrascatheter aortic valve implantation affect survival? A meta-analysis.

Referência: Tomo Ando, et al. Catheter Cardiovasc Interv 2018;91:135-147


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