O estudo EXCEL –que foi originalmente apresentado no TCT de 2016 e simultaneamente publicado no NEJM– mostrou que a angioplastia e a cirurgia em pacientes com doença de tronco da coronária esquerda têm uma taxa similar de mortalidade, infarto e AVC em 3 anos.
O que este subestudo recentemente publicado no J Am Coll Cardiol Intv. acrescenta é que o lugar da lesão no tronco (óstio, corpo ou bifurcação) não muda a conclusão do estudo geral. Um detalhe importante: o EXCEL (diferentemente de quase tudo o que se escreveu nos últimos anos) não incluiu no desfecho primário a revascularização, mas somente morte, infarto ou AVC.
A revascularização foi analisada como um desfecho secundário, e aqui não houve surpresas: a revascularização justificada pela clínica foi mais frequente naqueles pacientes com lesão distal do tronco, mas foi similar à cirurgia para aqueles com lesão do corpo ou do óstio.
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84,2% (n = 1.559) dos pacientes apresentaram lesão distal com comprometimento da bifurcação vs. 15,8% (n = 293) deles que apresentaram lesão isolada do corpo ou do óstio.
Em 3 anos não houve diferenças significativas entre a angioplastia e a cirurgia no desfecho primário combinado de morte, infarto e AVC para tratar tanto o segmento distal (15,6% vs. 14,9%, OR: 1,08, IC 95% 0,81 a 1,42; p = 0,61) quanto lesões isoladas do corpo ou do óstio (12,4% vs. 13,5%; OR: 0,90, IC 95% 0,45 a 1,81; p = 0,77) (p para a interação = 0,65).
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A revascularização justificada por isquemia foi mais frequente nos pacientes que receberam angioplastia se a lesão se encontrava no segmento distal do tronco (13,0% vs. 7,2%, OR: 2,0; p = 0,0001), mas não houve diferenças entre ambas as estratégias de revascularização para aqueles pacientes com lesão do óstio ou do corpo (9,7% vs. 8,4%, OR: 1,18; p = 0,68).
Conclusão
No estudo EXCEL, a angiografia e a cirurgia foram comparáveis em termos de morte, infarto e AVC em três anos em pacientes com lesão do tronco da coronária esquerda, inclusive daqueles com lesão do segmento distal e comprometimento da bifurcação. A revascularização repetida no seguimento foi mais frequente na angioplastia naqueles pacientes com lesão distal, mas não naqueles com lesão do corpo ou do óstio.
Título original: Outcomes After Left Main Percutaneous Coronary Intervention Versus Coronary Artery Bypass Grafting According to Lesion Site. Results From the EXCEL Trial.
Referência: Anthony H. Gershlick et al. J Am Coll Cardiol Intv 2018;11:1224–33.
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