ACC 2020 Virtual | Colchicina pós-infarto: bons resultados e custo-efetividade

Segundo o estudo COLCOT, que foi originalmente apresentado nas sessões científicas do AHA 2019 e simultaneamente publicado no NEJM, baixas doses de colchicina diminuem o risco de eventos isquêmicos pós-infarto agudo do miocárdio. A nova informação que nos chega do ACC 2020 virtual diz respeito à sua custo-efetividade. 

Colchicina post infarto

A colchicina é uma droga anti-inflamatória indicada para tratar a gota e a pericardite, mas seu preço disparou, ao menos nos Estados Unidos, após a publicação do COLCOT, no ano passado. 

A teoria inflamatória vem sendo pesquisada há anos no contexto da doença cardiovascular. Muitas vezes fez-se a tentativa de provar o conceito com onerosos anticorpos monoclonais e desde o ano passado o efeito era o desejado com uma droga que valia centavos. 

A nova análise apresentada no ACC 2020 virtual realiza um modelo de custos por um período de 20 anos (o que seria o mesmo que dizer por toda a vida para um paciente após seu primeiro infarto). 


Leia também: ACC 2020 Virtual | Mais dados do ISCHEMIA: mulheres com mais sintomas mas com menos isquemia.


As baixas doses de colchicina somadas ao tratamento médico ótimo após um infarto reduzem em 47% os custos em saúde de um paciente durante o período que durou o estudo e em 69% se considerarmos o resto de sua vida. 

Título origina: Cost-effectiveness of low-dose colchicine after myocardial infarction in the COLchicine Cardiovascular Outcomes Trial (COLCOT).

Referência: Samuel M et al. ACC 2020 virtual.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

AHA 2025 | TUXEDO-2: manejo antiagregante pós-PCI em pacientes diabéticos multivaso — ticagrelor ou prasugrel?

A escolha do inibidor P2Y12 ótimo em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a intervenção coronariana percutânea (PCI) se impõe como um desafio clínico...

AHA 2025 | DECAF: consumo de café vs. abstinência em pacientes com FA — recorrência ou mito?

A relação entre o consumo de café e as arritmias tem sido objeto de recomendações contraditórias. Existe uma crença estendida de que a cafeína...

AHA 2025 | Estudo OCEAN: anticoagulação vs. antiagregação após ablação bem-sucedida de fibrilação atrial

Após uma ablação bem-sucedida de fibrilação atrial (FA), a necessidade de manter a anticoagulação (ACO) a longo prazo continua sendo incerta, especialmente considerando que...

AHA 2025 | VESALIUS-CV: evolocumabe em pacientes de alto risco cardiovascular sem antecedentes de IAM nem de AVC

O colesterol LDL é um fator bem estabelecido na gênese da doença cardiovascular. A terapia com inibidores de PCSK9, incluindo entre estes o evolocumabe,...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Fibrilação atrial após oclusão percutânea do forame oval patente: estudo de coorte com monitoramento cardíaco implantável contínuo

A fibrilação atrial (FA) é uma complicação bem conhecida após a oclusão do forame oval patente (FOP), com incidência relatada de até 30% durante...

Webinar SOLACI – SELUTION: Balão eluente de sirolimus para lesões coronárias de novo – Novas evidências e perspectivas clínicas

A Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista convida você a participar de um novo evento científico virtual, dedicado às mais recentes evidências e perspectivas clínicas...

Impacto da Pressão Arterial Sistólica Basal nas Alterações Pressóricas após a Denervação Renal

A denervação renal (RDN) é uma terapia recomendada pelas diretrizes para reduzir a pressão arterial em pacientes com hipertensão não controlada, embora ainda existam...