IVUS na angioplastia do TCE não protegido: devemos mudar a forma de utilização?

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

As bifurcações representam aproximadamente 25% das angioplastias e continuam sendo um desafio que na atualidade ainda não têm uma estratégia única para serem tratadas. 

La era del stent provisional para las bifurcaciones parece llegar a su fin

O IVUS demonstrou sua grande utilidade e melhorou os resultados, diminuindo a mortalidade nas ATC do tronco da coronária esquerda sem proteção.

Uma nova estratégia é fazer o IVUS após a pré-dilatação, após o implante do stent e a pós-dilatação. No entanto, dita estratégia ainda não está validada. 

Foram analisados 9525 pacientes do Registro IRIS DES que apresentavam lesão severa na bifurcação do tronco da coronária esquerda, lesão longa ou difusa (> 30 mm) ou severamente calcificadas, todos submetidos ao IVUS. Dentre eles, 3374 (35,4%) foram submetidos à ecografia endoluminal após a pré-dilatação, o implante do stent e a pós-dilatação (iPSP). 


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O desfecho primário no seguimento foi definido como morte por causa cardíaca, infarto relacionado com o vaso tratado e TVR. 

Os pacientes que receberam angioplastia iPSP eram mais jovens, majoritariamente homens, com mais fatores de risco, lesões na bifurcação, calcificação severa, lesões mais longas e mais stents. Por tal motivo, para homogeneizar as populações fez-se um Propensity Score Match, ficando 3130 pacientes em cada grupo. 

O seguimento foi de 3 anos e o desfecho primário foi favorável aos que foram submetidos ao procedimento com iPSP (5,6% vs. 7,9%; adjusted hazard ratio [HR]: 0,71; 95% confidence interval [CI]: 0,63 a 0,81; p < 0,001). 


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Na analise de desfechos secundários observou-se menor mortalidade (2,2% vs. 3,4%; adjusted HR: 0,62; 95% CI: 0,51 a 0,75; p < 0,003) e de TVR (3,4% vs. 4,6%; adjusted HR: 0,74; 95% CI: 0,63 a 0,87; p < 0,001), sem haver diferenças nos índices de infarto (0,3% vs. 0,5%; adjusted HR: 0,65; 95% CI: 0,38 a 1,10; p = 0,10).

Conclusão

Em pacientes que receberam angioplastia complexa com DES em lesões coronarianas complexas do tronco da coronária esquerda sem proteção a utilização de iPSP se associou a menor risco de eventos cardíacos no seguimento de 3 anos. 

Por tal motivo, deveríamos, na atualidade, começar a utilizar iPSP de forma mais ativa nas angioplastias coronarianas complexas. 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

Título Original: Optimal Stenting Technique for Complex Coronary Lesions Intracoronary Imaging-Guided Pre-Dilation, Stent Sizing, and Post-Dilation.

Referencia: Hanbit Park, el al. J AmColl Cardiol Intv 2020;13:1403–13.


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