É necessário ter uma consulta com um cardiologista antes da endarterectomia da carótida?

As complicações cardíacas estão entre as mais frequentes nos pacientes que são submetidos a endarterectomia da carótida para lesões assintomáticas. 

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Tal excesso de eventos cardíacos em um paciente sem sintomas neurológicos por sua lesão carotídea é fundamental para balancear o risco/benefício do procedimento. 

Uma consulta cardiológica de rotina prévia à cirurgia poderia diminuir a taxa de infarto perioperatório, as complicações em geral e inclusive a mortalidade. 

Nós, cardiologistas intervencionistas, apuramos a técnica, testamos diferentes sistemas de proteção cerebral, bem como novos stents visando a diminuir os AVCs (especialmente os AVCs menores periprocedimento) e prometendo também reduzir os eventos cardíacos em comparação com os cirurgiões. 

Por outro lado, os cirurgiões têm uma ferramenta mais simples, barata e rápida para melhorar seu tendão de Aquiles. 


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Foram incluídos na análise quase 2000 pacientes consecutivos que receberam endarterectomia da carótida por uma estenose assintomática entre 2007 e 2017.

Entre 2007 e 2012 somente pacientes selecionados tiveram consultas cardiológicas e, a partir de 2012, a consulta foi estabelecida como rotina. 

O grupo incluído a partir de 2012 apresentou mais frequentemente o antecedente de uma intervenção coronariana (0,5% vs. 5,1%; p < 0,001), também com maior frequência recebiam antiagregação (4,6% vs. 9,5%; p = 0,001), mais estatinas (60,3% vs. 72,4%; p < 0,001) e mais drogas cardiovasculares em geral (1,77 ± 1,22 vs. 1,92 ± 1,23; p = 0,01) no momento da cirurgia.


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Os eventos neurológicos foram similares em ambos os grupos (0,8% vs. 0,3%; p = 0,20) e a mortalidade hospitalar foi idêntica (0,1%; p = 1).

A diferença foi observada no que se refere às complicações cardíacas em geral (3,4% vs. 1,9%; p = 0,05) e aos infartos do miocárdio em particular (1,6% vs. 0,6%; p = 0,05). 

A análise multivariada confirmou que a consulta cardiológica de rotina é um preditor independente de infarto (OR: 0,61; p = 0,04) e de complicações cardiológicas.


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Em 5 anos a sobrevida foi similar (84,2% vs. 82,4%; p = 0,72) mas com um número significativamente mais baixo de mortes cardíacas no grupo com consulta cardiológica. 

Conclusão

A consulta cardiológica de rotina antes de uma endarterectomia da carótida em pacientes com lesões assintomáticas reduz os infartos perioperatórios e a mortalidade cardíaca a longo prazo. Este protocolo deve ser considerado para maximizar o risco/benefício da endarterectomia. 

Título original: Clinical Impact of Routine Cardiology Consultation Prior to Elective Carotid Endarterectomy in Neurologically Asymptomatic Patients.

Referência: Francesco Squizzato et al. Eur J Vasc Endovasc Surg, article in press. https://doi.org/10.1016/j.ejvs.2019.11.007.


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