Eficácia da vacina da AstraZeneca contra a COVID-19

Este trabalho publicado no Lancet analisa a vacina criada graças à colaboração do centro de pesquisas da Universidade de Oxford e do laboratório AstraZeneca, entre outros.

Historia natural de la infección asintomática por COVID-19

Os dados incluem os resultados interinos de 4 trabalhos que estão em andamento e são randomizados, cegos e controlados. Ditos trabalhos estão sendo realizados no Reino Unido, Brasil e África do Sul. 

Todos os participantes têm a partir de 18 anos e foram designados 1:1 a receber a vacina ChAdOx1 nCoV-19 (a glicoproteína antigênica de superfície ou spike dentro de um adenovírus de chimpanzé como vetor) vs. solução salina.

Os participantes receberam duas doses contendo 5×1010 partículas virais (dose padrão/dose padrão). Um subgrupo no Reino Unido recebeu a metade da dose inicialmente (dose baixa/dose padrão).

O desfecho primário de eficácia foi a manifestação sintomática da COVID-19 após mais de 14 dias do recebimento da 2ª dose. 


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Em total, foram incluídos 23.848 pacientes, ficando 11.636 (7548 do Reino Unido e 4088 do Brasil) para a análise interina de eficácia. 

Os participantes que receberam ambas as doses padrão mostraram uma eficácia de 62,1% (IC 95%, 41 a 75,7) vs. o placebo. Aqueles que inicialmente receberam a metade da dose padrão mostram uma eficácia de 90%.

Globalmente a eficácia da vacina foi de 70,4%.


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21 dias após a primeira dose foram observados 10 casos de COVID-19 que requereram hospitalização, todos no braço placebo. 

Somente três eventos foram relacionados (provavelmente) à inoculação, um no grupo vacina, um no grupo placebo e um participante no qual ainda não tinha sido aberto o cego. 

Somente 12% e 9% da população tinha entre 59 e 69 anos e > 70 anos, respectivamente, na coorte dos Reino Unido; ainda menos, 10% e 1%, respectivamente, no Brasil. 

Isso torna mais difícil tirar conclusões sobre a eficácia desta vacina na população mais idosa. De fato, há países que estão optando por não aplicar esta vacina na população maia idosa até que surja mais evidência. 

Conclusão

A vacina ChAdOx1 nCoV-19 (Oxford-AstraZeneca) teve um aceitável perfil de segurança e foi efetiva para prevenir a COVID-19 sintomática na análise interina dos 4 trabalhos em andamento. 

Descargar (PDF, Unknown)

Título original: Safety and efficacy of the ChAdOx1 nCoV-19 vaccine (AZD1222) against SARS-CoV-2: an interim analysis of four randomised controlled trials in Brazil, South Africa, and the UK. On behalf of the Oxford COVID Vaccine Trial Group.

Referência: Merryn Voysey et al. Lancet. 2021 Jan 9;397(10269):99-111. doi: 10.1016/S0140-6736(20)32661-1.


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