O cateter de Swan-Ganz se associa a melhores resultados no choque cardiogênico. A pergunta que fica é: seu uso voltará a se intensificar?

O cateter de Swan-Ganz tem sido usado na prática clínica nos últimos 50 anos, mas sua utilidade continua em debate e seu uso cai em picada. 

El catéter Swan Ganz se asocia con mejores resultados en el shock cardiogénico

Uma nova análise publicada no JAHA poderia trazê-lo de volta, pelo menos no cenário do choque cardiogênico, no qual provou melhorar o prognóstico e poder descomplexificar mais rapidamente o estado do paciente. 

Nos últimos tempos, a falta de evidência sobre seu benefício clínico, sua natureza invasiva, os custo e o avanço dos estudos não invasivos levaram a uma diminuição de 75% de seu uso. 

Para este estudo foram incluídos 236.156 pacientes hospitalizados por choque cardiogênico entre 2016 e 2017. Seu objetivo foi avaliar o impacto do cateterismo direito durante a hospitalização índice sobre o prognóstico clínico, as estratégias de tratamento utilizadas, complicações e, por último, a taxa de reinternação em 30 dias. 

O cateter de Swan-Ganz foi implantado em 25.840 pacientes (9,6%) na internação índice. Estes pacientes apresentaram muito mais comorbidades que o grupo controle. 

Durante a internação índice o grupo que foi submetido a cateterismo direito mostrou uma menor mortalidade (25,8% vs. 39,5%; p < 0,001) e taxas de AVC mais baixas (3,1% vs. 3,4%, p < 0,001). A readmissão em 30 dias também foi mais baixa, assim como as mortes durante a readmissão. 


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Após ajustar por todas as variáveis, o uso de cateterismo direito mostrou menor mortalidade na internação índice, menos AVCs, menos readmissão em 30 dias e maior suporte ventricular esquerdo. 

Conclusão

O uso de cateterismo cardíaco direito em pacientes com choque cardiogênico se associou a uma melhora dos resultados clínicos. 

JAHA-120-019843

Título original: Right Heart Catheterization in Cardiogenic Shock Is Associated With Improved Outcomes: Insights From the Nationwide Readmissions Database.

Referência: Sagar Ranka et al. J Am Heart Assoc. 2021 Sep 7;10(17):e019843. doi: 10.1161/JAHA.120.019843.


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