Sociedade Latino-americana de Cardiologia Intervencionista

A doença arterial periférica é uma manifestação da doença aterosclerótica sistêmica e sua prevalência está em aumento. Além disso, está associada a um alto risco de mortalidade e eventos cardiovasculares.

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A lipoproteína (a) (Lp a), que tem um papel pró-aterogênico, pró-inflamatório e antifibrinolítico, demonstrou estar relacionada com eventos cardiovasculares maiores e eventos vasculares periférico após uma SCA. No entanto, o papel da Lp a nos resultados clínicos pós-tratamento periférico endovascular atualmente é pouco claro.

O objetivo deste estudo prospectivo observacional foi examinar o impacto prognóstico dos valores de Lp a em pacientes com doença vascular periférica que foram submetidos a intervenção percutânea.

Como desfecho primário (DP) determinaram-se os eventos cardiovasculares maiores (MACE), por sua vez definidos como mortalidade por todas as causas, AVC e IAM. Os desfechos secundários (DS) foram os eventos maiores relacionados com os membros inferiores (MALE), definidos como amputação maior ou reintervenção.

Foram incluídos 1169 pacientes. 369 apresentavam níveis elevados de Lp a (>30 mg/dl) e 800 pacientes apresentavam níveis baixos de Lp a (≤30 mg/dl). A idade média foi de 74 anos e a maioria dos pacientes eram homens. Em comparação com o grupo Lp a baixo, o grupo de Lp a elevado apresentou menor proporção de homens, menor IMC, maior proporção de insuficiência cardíaca, isquemia crônica de membros inferiores, lesão de múltiplos vasos e níveis altos de LDL. Não houve diferenças em termos de administração de estatina.

A incidência de MACE acumulada em 5 anos foi significativamente maior em pacientes com Lp a elevado (48,1% vs. 27,3%; p < 0,001), e a incidência de MALE acumulada em 5 anos foi significativamente maior no mesmo grupo de pacientes (67,9% vs. 27,2%; p < 0,001). A análise multivariada revelou que os pacientes com elevado valor de Lp a tiveram independentemente maior incidência de MACE e MALE (HR ajustado de 1,93 [95% CI: 1,44-2,59] e 4,15 [95% CI: 3,14-5,50], respectivamente com p < 0,001.

Conclusão

Níveis elevados de Lp a foram um fator independente associado a um aumento de eventos cardiovasculares maiores e eventos associados a membros inferiores após uma revascularização endovascular em pacientes com doença vascular periférica, independentemente dos níveis de colesterol LDL e da administração de estatinas.