EMINENT Trial | Stent Eluvia vs. BMS em território femoropoplíteo

A terapêutica endovascular do território femoropoplíteo se posicionou como a estratégia de escolha, principalmente com a colocação de stents autoexpansíveis, cuja função é evitar o recoil vascular precoce e o remodelamento concêntrico tardio. 

EMINENT Trial | Stent Eluvia vs BMS en territorio femoropoplíteo

Estudos randomizados prévios evidenciaram que o uso de stents eluidores de fármacos (paclitaxel) (DES) diminuiu o número de novas revascularizações (embora em ditos trabalhos o ramo de comparação fosse na maioria dos casos com balões convencionais, motivo pelo qual não se estabeleceu seu impacto ao fazer a comparação com o tratamento de escolha contemporâneo que são os stents convencionais autoexpansíveis – BMS –). 

O objetivo deste estudo (EMINENT) foi comparar o stent ELUVIA (stent baseado em polímero eluidor de paclitaxel) vs. BMS para o tratamento da artéria femoral superficial (AFS) ou poplítea proximal em lesões com um comprimento máximo de 210 mm (lesões em tandem permitidas). 

O trabalho foi randomizado, multicêntrico e internacional, com uma randomização 2:1 que incluiu pacientes sintomáticos com Rutherford 2, 3 e 4, com um comprimento de lesão que variava de 30 mm a 210 mm. Foram excluídos os pacientes em diálise, vasos previamente tratados com stent ou cirurgicamente e aqueles nos quais foi usado algum método de modificação da placa específico (aterectomia, laser, ou debulking). Foram usados stents de até 120 mm (após a retirada do mercado dos de 150 mm). 

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O desfecho primário de efetividade foi a perviedade primária em 1 ano. Os desfechos secundários incluíram a melhora clínica sustentável (segundo Rutherford) e os efeitos adversos. 

Foram incluídos 775 pacientes de 10 países europeus, sendo que 508 foram submetidos a angioplastia com DES e 267 com BMS. A maioria dos pacientes eram homens (70%), o tamanho médio das lesões foi de 75,6 mm e 40% das lesões tratadas foram oclusões. 

Os DES demonstraram uma perviedade primária em 12 meses maior do que os BMS (83,2% vs. 74,3%; diferença de 8,9%; IC 95%: 21,1-15,7; p < 0,01). Em termos de ausência de efeitos adversos em 12 meses, não houve diferenças significativas nos dois grupos (88,2% vs. 88,2%; p = 0,99), tanto em termos de mortalidade por todas as causas (diferença de 1,6; IC 95%: -0,3-3,6; p = 0,15) quanto no que se refere a nova revascularização (-1-8%; IC 95% -6,3-2.7%; p = 0,43).

Conclusões

O EMINENT é o maior estudo randomizado da atualidade que mostrou efetividade dos DES em doença femoropoplítea. De um total de 775 pacientes observou-se em 1 ano uma diferença de perviedade primária de 8,9%, sem terem sido constatados maiores efeitos adversos. 

Estudos prévios de DES como o BATTLE e o Zilver PTX não tinham um desenho específico para a comparação com os BMS. Essa é a principal diferença do EMINENT. A partir destes dados deveria ser discutido o uso de stents baseados em polímeros com paclitaxel como um tratamento vantajoso nos pacientes com doença femoropoplítea. 

Dr. Omar Tupayachi

Dr. Omar Tupayachi.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Efficacy of a Drug-Eluting Stent Versus Bare Metal Stents for Symptomatic Femoropopliteal Peripheral Artery Disease: Primary Results of the EMINENT Randomized Trial.

Referência: Gouëffic, Yann et al. “Efficacy of a Drug-Eluting Stent Versus Bare Metal Stents for Symptomatic Femoropopliteal Peripheral Artery Disease: Primary Results of the EMINENT Randomized Trial.” Circulation, 101161CIRCULATIONAHA122059606. 18 Oct. 2022, doi:10.1161/CIRCULATIONAHA.122.059606.


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