Os testes fisiológicos invasivos utilizados no estudo ORBITA não puderam predizer que pacientes se beneficiariam com angioplastia vs. placebo (procedimento sham) nos termos do desfecho primário do trabalho, que foi a melhora do tempo de exercício. Estes dados foram apresentados no EuroPCR 2018 e simultaneamente publicados no Circulation.
Os resultados deflagram um debate sobre a importância da redução da isquemia com a angioplastia utilizando FFR ou iFR, já que estes valores se correlacionaram estreitamente com uma melhora significativa no ecocardiograma sob estresse. Quanto maior for o valor de FFR ou iFR maior será a magnitude do benefício após a angioplastia em comparação com o placebo (procedimento simulado “Sham”).
Em uma análise adicional (que não estava pré-especificada no protocolo original) mais pacientes relataram melhoras de seus sintomas após a angioplastia “verdadeira” vs. a angioplastia “placebo”. No entanto, nem o FFR nem o iFR modificaram tal efeito. Inesperadamente, não se encontrou relação entre os testes funcionais pré-randomização e a modificação dos sintomas em 6 semanas.
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Seria de se esperar que a intensidade e a frequência juntamente com o tempo de exercício variariam dentro do espectro do valor de FFR e o que se viu no estudo (dentro de certas limitações técnicas) é que dita relação não existe. Pacientes com FFR ou iFR muito isquêmicos não ganharam muito em termos de sintomas após a angioplastia embora tenham ganho muito em termos de redução de volume isquêmico por ecocardiograma sob estresse.
O resultado global do ORBITA foi neutro, o que limita sua capacidade para realizar qualquer análise secundária como este.
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A angioplastia guiada por FFR/iFR sem dúvida reduz o volume isquêmico. O problema é que a relação entre a redução da isquemia e o alívio dos sintomas não é tão linear como esperávamos.
Título original: Fractional flow reserve and instantaneous wave-free ratio as predictors of the placebo-controlled response to percutaneous coronary intervention in stable single-vessel coronary artery disease. Physiology-stratified analysis of ORBITA.
Referência: Al-Lamee R et al. EuroPCR 2018 e simultaneamente publicado no Circulation. 2018: Epub ahead of print.
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