O que foi um grande vazio durante muito tempo e fez-nos tratar “por via das dúvidas” muitas lesões intermediárias (com a desculpa de que era impossível valorar realmente seu comprometimento funcional e de que caso fosse necessário fazer o tratamento uma vez implantada a válvula seria mais complicado) agora, de repente, começa a ficar claro com vários trabalhos publicados simultaneamente no J Am Coll Cardiol Intv. Esta era a dúvida de muitos, motivo pelo qual todos estes trabalhos são bem-vindos.
Este trabalho analisou 95 pacientes consecutivos com estenose aórtica severa e lesões coronarianas intermediárias em 116 vasos. Foram comparados os valores invasivos de iFR e FFR com imagens não invasivas de perfusão miocárdica realizadas com estresse de adenosina.
O valor médio de iFR foi de 0,86 (0,76 a 0,93) e o de FFR foi de 0,84 (0,76 a 0,91). Segundo os autores os valores de iFR se correlacionam bem com os de FFR. No entanto, embora os números possam se correlacionar, subsistem implicações clínicas diferentes devido aos diferentes pontos de corte de cada índice. Os autores ajustaram o ponto de corte de iFR em 0,82 mas consideraram como padrão um corte de FFR ≤ 0,75. Este corte de FFR que foi o original no estudo DEFER foi substituído por 0,8 desde os estudos FAME até a atualidade.
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Os valores de FFR e iFR se correlacionam bem também com a perfusão.
Conclusão
Segundo este trabalho o iFR, o FFR e a perfusão com adenosina se correlacionam bem em pacientes com estenose aórtica severa. No entanto, subsiste um defeito: não foram tomadas medições após o implante da válvula para ver se os valores se modificavam. Neste contexto, mais que modificar os pontos de corte dos índices, seria mais fácil realizar medições apenas com iFR, já que este não se vê modificado pela estenose, diferentemente do FFR, que tende a subestimá-la.
Título original: Instantaneous Wave-Free Ratio for the Assessment of Intermediate Coronary Artery Stenosis in Patients With Severe Aortic Valve Stenosis. Comparison With Myocardial Perfusion Scintigraphy.
Referência: Futoshi Yamanaka et al.
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