O TAVI continua ganhando terreno em pacientes de baixo risco

O implante percutâneo valvar aórtico (TAVI) se tornou o tratamento padrão para os pacientes com estenose aórtica severa e alto risco cirúrgico e deveria ser considerado como opção para os pacientes com risco intermediário. Nos últimos anos cresceu o número de pacientes de baixo risco tratados como TAVI. Este trabalho analisa os pacientes de baixo risco do registro alemão GARY (German Aortic Valve Registry) que receberam TAVI isolado vs. tratamento cirúrgico.

Todos os pacientes com um STS (Society of Thoracic Surgeons Score) < 4% entre 2014 e 2015 foram analisados, chegando a um total de 20.549 pacientes. Dentre eles, 14.487 foram submetidos a cirurgia e 6.062 receberam TAVI.

Os pacientes que receberam TAVI eram significativamente mais idosos e possuíam mais comorbidades, motivo pelo qual se utilizou o propensity score para comparar a mortalidade intra-hospitalar, após 30 dias e após um ano.

Todos aqueles que receberam TAVI mostraram uma significativa melhor sobrevida, tanto intra-hospitalar quanto após 30 dias, que aqueles que foram operados de maneira convencional (sobrevida intra-hospitalar TAVI vs. cirurgia: 98,5% vs. 97,3%; p = 0,003; sobrevida após 30 dias TAVI vs. cirurgia: 98,1% vs. 97,1%; p = 0,014).


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Após um ano a mortalidade foi similar entre os dois métodos (90,0% vs. 91,2%; p = 0,158).

Conclusão

Nesta primeira análise do registro GARY em pacientes de baixo risco observou-se uma mortalidade similar entre a cirurgia e o implante percutâneo valvar aórtico.

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Título original: Patients at low surgical risk as defined by the Society of Thoracic Surgeons Score undergoing isolated interventional or surgical aortic valve implantation: in-hospital data and 1-year results from the German Aortic Valve Registry (GARY).

Referência: Raffi Bekeredjian et al. European Heart Journal (2019) 40, 1323–1330.


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