Segundo uma recente metanálise de estudos randomizados, os dispositivos com struts ultrafinos foram associados a menor taxa de falha de vaso alvo em comparação com os stents farmacológicos (DES) de 2ª geração. Esta vantagem resultou na redução das reintervenções justificadas pela clínica.
Este trabalho foi publicado no European Heart Journal e apresentado simultaneamente durante as sessões científicas do EuroPCR 2021.
Os struts mais finos ofereceriam a vantagem de produzir menor inflamação, menor dano no vaso, menor trombose e requerem menor proliferação endotelial para serem cobertos.
Uma metanálise realizada em 2018 e publicada no Circulation já tinha mostrado esses resultados, embora com um seguimento de apenas um ano. O trabalho apresentado agora no EuroPCR inclui mais estudos randomizados e levou o seguimento até uma média de 2,5 anos.
Observou-se uma redução da revascularização da lesão alvo de cerca de 25% e de falha do vaso alvo de 16% em 2,5 anos. A trombose e os infartos relacionados com o vaso mostraram uma tendência a favor dos struts ultrafinos, mas não alcançaram a significância estatística.
Para chegar a esses números, foram analisados 16 estudos randomizados com mais de 20.000 pacientes que compararam os DES com struts ultrafinos vs. os DES de 2ª geração. O corte para considerar ultrafino um stent foi a espessura das hastes ≤ 70 mícrons, dentre os quais estão o Orsiro, o MiStent, o BioMime e o SupraFlex.
Dentre os DES de 2º geração encontramos o Xience, o Resolute, o Nobori, o BioFreedom e o Endeavor.
Comparados com estes últimos, os stents ultrafinos mostraram um risco relativo de falha da lesão alvo de 0,85 (IC 95%, 0,76 a 0,96) com uma redução similar durante e depois do primeiro ano. A redução em termos da falha do vaso alvo foi idêntica.
A maior diferença foi observada na revascularização justificada pela clínica com um risco relativo de 0,75 (IC 95%, 0,62 a 0,92).
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O risco relativo mostrou uma tendência a favor dos stents ultrafinos em desfechos como infarto e trombose do stent.
metaanalisis-struts-ultrafinosTítulo original: Long-term follow-up after ultrathin vs. conventional 2nd-generation drug-eluting stents: a systematic review andmeta-analysis of randomized controlled trials.
Referência: Madhavan MV et al. Eur Heart J. 2021; Epub ahead of print y presentado simultáneamente en el EuroPCR 2021.
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