EuroPCR 2022 | ASTRO TAVI: devemos realizar neurointervenção no AVC pós-TAVI?

A presença de AVC no TAVI tem diminuído, situando-se atualmente em aproximadamente 2%, mas, quando ocorre, quintuplica a mortalidade e se associa a uma menor qualidade de vida e um aumento dos custos de saúde. 

EuroPCR 2022 | Cambios en el daño cardíaco luego del reemplazo valvular aórtico por cirugía

O Registro ASTRO TAVI incluiu 14 centros nos quais se realizaram 16.615 procedimentos de TAVI entre 2006 e 2021. Em dito período, houve 484 eventos neurológicos até 30 dias após o procedimento (2,9%). Dentre eles, 387 foram AVCs isquêmicos (2,3%) e 93 foram excluídos por falta de dados. Assim, ficaram 276 pacientes para a análise. O tratamento recebido foi conservador (TC) ou procedeu-se a uma neurointervenção (NI) com trombólise ou trombectomia mecânica. 

O desfecho primário (DP) foi mortalidade por qualquer causa em um ano e o estado de incapacidade neurológica em 90 dias foi avaliado com escore de Rankin modificado. 

O AVC foi leve (NIHSS 0-5) em 149 pacientes (146 TC e 3 NI), moderado (NIHSS 6-15) em 71 (TC 56 e NI 15) e severo (NIHSS 16-42) em 74 (53 TC y 21 NI).

A maioria dos AVCs ocorreram dentro das 48 horas e a mortalidade foi superior nos que evidenciaram um AVC severo em comparação com os que tinham AVC moderado ou leve, tanto em 30 dias quanto em 12 meses (57,6% vs. 18,4% vs. 9%; p < 0,0001 e 77,5% vs. 36% vs. 29%; p < 0,0001).

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Quando se fez a comparação dos pacientes com AVC moderado a severo em relação ao tratamento recebido, não houve diferença entre as populações. Tampouco houve em termos de AVAO, gradiente médio e função ventricular esquerda, que ficaram conservadas. A idade foi de 81 anos, houve 31% de diabetes, 71% de hipertensão, 17% DPOC, 1,4 mg/L de creatinina. 

Utilizou-se um sistema de proteção cerebral em 6% dos pacientes, 80% foram submetidos a intervenção por via femoral e em 68% dos casos se utilizou válvulas autoexpansíveis. 

O escore STS de mortalidade foi de 5,8%.

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A anestesia geral foi mais frequente nos pacientes que receberam TC (43,5% vs. 15,4%; p = 0,001).

Em 12 meses, embora não tenha havido diferenças em termos de mortalidade nos diferentes grupos de acordo com o tratamento realizado, observou-se menor incapacidade neurológica em 90 dias nos pacientes submetidos a NI.

Dr. Carlos Fava - Consejo Editorial SOLACI

Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.


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