Título original: CT Angiography for the Prediction of Hemodynamic Significance in Intermediate and Severe LesionsHead-to-Head Comparison With Quantitative Coronary Angiography Using Fractional Flow Reserve as the Reference Standard.
Referência: Matthew J. Budoff et al. J Am Coll Cardiol Img. 2016;9(5):559-564.
O objetivo deste estudo foi comparar a precisão diagnóstica da coronariografia não invasiva por tomografia vs. a angiografia quantitativa convencional para detectar lesões coronárias significativas utilizando o fluxo fracionado de reserva do miocárdio (FFR) como padrão ouro.
A coronariografia por tomografia surgiu como uma opção não invasiva para detectar e excluir a doença coronária. No entanto, dito procedimento tende a superestimar as lesões.
O FFR foi utilizado com padrão ouro, dada sua capacidade para melhorar os resultados quando utilizado para guiar a revascularização.
Foram incluídos um total de 252 pacientes de 5 países, nos quais se realizou tomografia e coronariografia com medição de FFR em 407 lesões.
A severidade das lesões de acordo com a tomografia e a angiografia quantitativa foi classificada entre 0% e 29%, entre 30% e 49%, entre 50% e 69% e entre 70% e 100%. Todas as lesões ≥ 50% foram consideradas anatomicamente obstrutivas.
O significado funcional das lesões foi classificado de acordo com a medição do FFR com um corte de 0,8, como é habitual.
Conforme o FFR, foram encontradas 151 lesões (37%) funcionalmente significativas do total de 407.
Tomografia
Precisão diagnóstica – 69%
sensibilidade – 79%
especificidade – 63%
valor preditivo positivo -55%
valor preditivo negativo – 83%
Angiografia Quantitativa
Precisão diagnóstica – 71%
sensibilidade – 74%
especificidade – 70%
valor preditivo positivo -59%
valor preditivo negativo – 82%
O cálculo da área sob a curva para identificar a capacidade de detectar lesões que geram isquemia foi similar, com 0,75 para a tomografia vs. 0,77 para a coronariografia (p = 0,6).
Tampouco foram observadas diferenças ao considerar separadamente a artéria descendente anterior (0,71 vs. 0,73; p = 0,6), a artéria circunflexa (0,78 vs. 0,85; p = 0,4) ou a coronária direita (0,80 vs. 0,83; p = 0,6).
Conclusão
A tomografia e a coronariografia convencional têm uma capacidade diagnóstica similar para excluir lesões que geram isquemia miocárdica.
Comentário editorial
A tomografia é uma ferramenta diagnóstica menos invasiva, segura e em alguns países mais barata que a coronariografia convencional. Por outro lado, tem a desvantagem de somar doses de radiação e contraste sem poder solucionar o problema com uma angioplastia ad-hoc, o que diminui sua utilidade naqueles pacientes com alta probabilidade pré-teste de doença coronariana.