ABSORB III: mais eventos com Absorb que com Xience em dois anos

absorv vs xienceOs resultados de dois anos do estudo ABSORB III apresentados na sessão científica do American College of Cardiology 2017 mostraram que a plataforma bioabsorvível Absorb GT1 (BVS, Abbott Vascular) se associou a um incremento do risco de falha da lesão alvo quando foi comparada com o stent metálico eluidor de everolimus Xience.

 

Em 25 meses, a falha da lesão alvo ocorreu em 11% dos pacientes que receberam Absorb em comparação com 7,9% dos que receberam Xience, uma diferença que alcançou a significância estatística.

 

O aumento do risco na falha da lesão alvo se deveu basicamente a um aumento do infarto relacionado ao vaso alvo (7,3% vs. 4,9%; p = 0,04).

 

Além disso, a taxa de trombose definitiva/provável ocorreu em 1,9% dos pacientes tratados com Absorb vs. 0,8% dos que receberam Xience. Embora esta diferença seja numericamente a metade, não alcançou significância estatística.

 

A FDA lançou um comunicado com esses resultados, recomendando aos médicos que se alinhassem às indicações aprovadas e não utilizassem Absorb em vasos pequenos.

 

Desde a aprovação do Absorb na Europa em 2011 surgiu muita informação sobre a preparação adequada da lesão, e recomenda-se tratar somente vasos de um diâmetro adequado e pós-dilatar para alcançar a melhor expansão e aposição.

 

Em 2016 a FDA aprovou o Absorb para ser utilizado em vasos com um diâmetro de referência ≥ 2,5 mm e ≤ 3,75 mm. No estudo ABSORB III, um quinto dos pacientes receberam o dispositivo em vasos de menos de 2,5 mm, o que pode ter inclinado a balança contra o novo dispositivo.

 

O anteriormente afirmado não é somente uma especulação. Ao analisar somente aqueles pacientes com vasos de mais de 2,5 mm de diâmetro, a diferença entre ambos os dispositivos não foi significativa, diferentemente do que ocorre ao analisar a coorte completa.

 

Em pacientes com vasos de maior diâmetro, a taxa de falha da lesão foi de 9,4% para Absorb vs. 7% para Xience (HR 1,35; IC 95% 0,93-1,96).

 

Uma análise adicional mostrou que quando os médicos se ajustaram ao protocolo (pré-dilatação, diâmetro apropriado e pós-dilatação) a taxa de eventos com Absorb foi muito parecida à do Xience.

 

À afirmação anterior, deve-se somar o maior custo do Absorb, o maior tempo de implante e o custo adicional de uma imagem intravascular.

 

Teremos que esperar os dados do ABSORB IV com 2.494 pacientes tratados com Absorb ou Xience: nessa análise somente 4% dos pacientes receberam o novo dispositivo em vasos pequenos e 84% receberam uma ótima pré-dilatação a alta pressão.

 

Título original: Everolimus-eluting bioresorbable vascular scaffolds in patients with coronary artery disease: ABSORB III trial 2-year results.

Apresentador: Ellis SG.


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