Até 20% dos pacientes que recebem angioplastia no tronco da coronária esquerda requerem uma técnica com 2 stents, e seria de se esperar que este número cresça após a publicação do DKCRUSH-V. No entanto, este trabalho contradiz o DKCRUSH-V e volta à teoria de que “mais simples é melhor”, já que os pacientes que receberam um só stent apresentaram menos revascularizações e menos falhas da lesão que quando usaram 2 stents. Inclusive vai além do anteriormente afirmado e sugere-nos que deveríamos prolongar o tempo de antiagregação plaquetária quando utilizamos a técnica de 2 stents.
O objetivo do trabalho foi avaliar o impacto do tempo de dupla antiagregação de acordo com a técnica utilizada para tratar a bifurcação do tronco da coronária esquerda.
Foi feita uma análise de 5 registros multicêntricos buscando como eventos a combinação de falha da lesão alvo e eventos trombóticos, além de diferenças em seus componentes individuais. Foram analisados os subgrupos de acordo com a duração da antiagregação plaquetária.
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Dos 13.172 pacientes do registro que receberam angioplastia com stents de nova geração, um total de 700 recebeu angioplastia na bifurcação do tronco da coronária esquerda (567 com estratégia de 1 stent e 133 com 2 stents).
A taxa de falha da lesão alvo e de revascularização foi maior no grupo que recebeu 2 stents (a maioria deles com lesões anatomicamente mais complexas).
O risco de eventos trombóticos foi comparável entre as duas estratégias, embora na análise de subgrupos tenha se constatado que o grupo com técnica de 2 stents teve um risco significativamente maior quando recebeu dupla antiagregação por menos de um ano, ao passo que o risco foi similar quando continuaram com a antiagregação para além de um ano.
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Este estudo aporta evidência de que a complexidade da angioplastia realizada pode ajudar a definir o tempo de dupla antiagregação plaquetária.
Título original: Dual Antiplatelet Therapy Duration Determines Outcome After 2- But Not 1-Stent Strategy in Left Main Bifurcation Percutaneous Coronary Intervention.
Referência: Tae-Min Rhee et al. J Am Coll Cardiol Intv 2018;11:2453–63.
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