O antecedente de cirurgia bariátrica em um paciente com obesidade mórbida se associa a um efeito benéfico significativo na sobrevida após um infarto ou um AVC.

Embora estes dados sejam observacionais, a melhora significativa no metabolismo após a cirurgia pode explicar perfeitamente os achados.

Este grande registro nacional de cirurgias bariátricas constatou uma diminuição de 40% do risco de morte, infarto ou AVC quando a comparação é feita com pacientes que não se operaram. Esta diferença se mantém após o ajuste do risco por BMI (body mass index). Já há muitos estudos pequenos que vêm mostrando dados parecidos em pacientes obesos que são submetidos a cirurgia bariátrica. A cirurgia bariátrica tem demonstrado, ademais, ser um tratamento efetivo e duradouro para a diabete tipo 2, embora os mecanismos deste efeito ainda não estejam completamente compreendidos.

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A base de dados de cirurgia bariátrica dos EUA, apoiada pela Agency for Healthcare Research and Quality, avaliou durante um período de 8 anos 995.577 pacientes internados por infarto agudo do miocárdio e 917.610 por AVC. Do total dos pacientes avaliados, 2.218 com infarto e 2.168 com AVC tinham o antecedente da cirurgia bariátrica. Estes pacientes foram comparados com o grupo controle com obesidade mórbida com as mesmas características de risco utilizando propensity score.

A mortalidade por infarto foi de 1,85% naqueles pacientes com cirurgia bariátrica prévia vs. 3,03% naqueles com obesidade mórbida (p = 0,004). Resultados similares foram observados com o AVC: 1,43% vs. 2,74% (p =0,001).

Ao utilizar o BMI para comparar, os resultados foram praticamente idênticos.

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A cirurgia bariátrica nunca deveria ter sido vista como um procedimento cosmético mas sim como uma ferramenta mais para tratar a doença metabólica.

Título original: Bariatric Surgery is Associated with a Lower Rate of Death after Myocardial Infarction and Stroke: a Nationwide Study.

Referência: Aminian A et al. Diabetes Obes Metab. 2019 May 3. [Epub ahead of print].

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