EuroPCR 2019 | REVELATION: Balões eluidores de droga em infartos com supradesnivelamento do segmento ST

Os balões eluidores de drogas no contexto de um infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST parecem ser seguros e factíveis sob certas circunstâncias.

Este estudo unicêntrico deu o pontapé inicial para continuarmos estudando a possibilidade de “não deixar nada para trás” após uma angioplastia primária.

Este pequeno estudo randomizado revitaliza os balões farmacológicos para usá-los particularmente em lugar dos stents em pacientes jovens com lesão que cumpram certas características.

O REVELATION randomizou 120 pacientes a angioplastia primária com algum dos stents contemporâneos vs. balão farmacológico. O valor de fluxo fracionado de reserva (FFR) foi não inferior nos pacientes que receberam balão farmacológico vs. DES após 9 meses de seguimento.


Leia também: EuroPCR 2019 | TRILUMINATE: Reparação tricúspide com clipe melhora a insuficiência e a qualidade de vida.


A possibilidade de não deixar uma prótese permanente, especialmente em pacientes jovens, permite mais opções de tratamento no futuro.

Para contemplar esta estratégia é muito importante que as lesões não estejam severamente calcificadas, que os vasos tenham um calibre considerável com uma placa não significativa que se instabilizou.

O trabalho que abre novos horizontes e perguntas foi simultaneamente publicado no JACC: Cardiovascular Interventions.

O REVELATION foi um trabalho de um único centro que incluiu 60 pacientes que receberam o balão eluidor de paclitaxel (Pantera Lux; Biotronik) vs. outros 60 pacientes que receberam DES contemporâneos (Orsiro; Biotronik ou Xience; Abbott). Para serem incluídos, os pacientes deviam apresentar lesões de novo, não severamente calcificadas, em artérias nativas com uma estenose residual inferior a 50% depois da pré-dilatação. Mais de 70% dos pacientes tinham doença de um único vaso.


Leia também: EuroPCR 2019 | COAPT: a redução da insuficiência mitral está associada a menos hospitalizações e menos morte.


A necessidade de “bail out” de stent no grupo balão farmacológico foi de 18% e ocorreu mais frequentemente devido a dissecções tipo C ou mais.

Após 9 meses, o grupo que recebeu balão farmacológico mostrou um FFR médio de 0,92 vs. 0,91 do grupo DES, alcançando assim a não inferioridade.

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Título original: Paclitaxel-coated balloon angioplasty versus drug-eluting stent in acute myocardial infarction: the REVELATION randomized trial.

Referência: Vos NS et al. J Am Coll Cardiol Intv. 2019; Epub ahead of print.


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