Válvula tricúspide: é factível realizar tratamento percutâneo em pacientes com marca-passo definitivo?

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

Como sabemos, com a maior expectativa de vida há um aumento significativo da utilização de marca-passo definitivo, desfibriladores e ressincronizadores. Nesse sentido, a presença de seus cateteres se associa a insuficiência tricúspide que, com o passar do tempo, pode se transformar em severa e leva a insuficiências cardíacas de difícil abordagem. 

¿Fin de la discusión sobre el impacto del marcapaso post TAVI?

O tratamento percutâneo começou a ser utilizado neste grupo, mas a informação de que dispomos ainda é pouca.

Foram analisados 470 pacientes com insuficiência tricúspide do Registro TriValve que receberam tratamento percutâneo entre janeiro de 2015 e dezembro de 2018. Dentre eles, 121 (25,7%) tinham marca-passo ou desfibrilador (CIED, cardiac implantable electronic devices) e sua evolução foi comparada com 349 pacientes nos quais não tinha sido implantado marca-passo ou desfibrilador (NÃO CIED).

Os grupos foram similares, a idade média foi de 76 anos, com predominância de mulheres, 36% de fibrilação atrial, EuroScore 10. Os pacientes com CIED apresentavam maior número de internações, mais presença de classe funcional III-IV, ascite, edemas periféricos, DPOC, necessidade de diuréticos e um NT-proBNT mais elevado. A causa mais frequente foi a funcional. 


Leia também: Entrevista ao Dr. Gustavo Pedernera, novo Diretor do Boletim Educativo da SOLACI.


Além disso, os pacientes do grupo CIED apresentaram uma fração de ejeção mais baixa, um diâmetro ventricular esquerdo maior, maior volume do átrio esquerdo e uma pressão sistólica da artéria pulmonar mais alta. Contudo, o orifício efetivo de regurgitação tricúspide foi menor. 

Em ambos os grupos o dispositivo mais utilizado foi o MitraClip, com um sucesso do procedimento que alcançou 80%.

A mortalidade hospitalar foi de 2,9% para os NÃO CIED e de 3,7% para os CIED (P = 0,7). 


Leia também: Os artigos científicos mais lidos de março.


Após 30 dias não houve diferenças na presença de insuficiência tricúspide ≤ 2 (70,8 vs. 73,7%) nem na melhora da classe funcional I-II (66% vs. 65%; p = 0,3).

A sobrevida em um ano foi similar (80,7% vs. 73,6%; p = 0,3).

Conclusão

O tratamento percutâneo da valva tricúspide nos pacientes com marca-passo definitivo ou desfibrilador é factível com bom resultado hospitalar e comparável, a curto prazo, com aqueles que não têm marca-passo ou desfibrilador. 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

Título Original: Outcomes of TTVI in Patients With Pacemaker or Defibrillator Leads Data From the TriValve Registry.

Referência: Maurizio Taramasso, et al. J Am coll Cardiol Intv 2020;13:554-64.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

*

Top