Sociedade Latino-americana de Cardiologia Intervencionista

A reparação transcateter da valva mitral com a estratégia borda a borda se tornou uma alternativa terapêutica para pacientes com insuficiência mitral primária severa que têm alto ou proibitivo risco cirúrgico. No entanto, um dos fatores que devemos levar em conta além do grau de insuficiência residual é o gradiente ao finalizar o procedimento, que em estudos prévios – quando superava 4 ou 5 mmHg – se associava a uma pior evolução (algo que ainda está em estudo).

El aumento del gradiente en la válvula mitral luego de MitraClip

O objetivo deste trabalho retrospectivo foi avaliar o valor prognóstico do aumento do MVG no seguimento de pacientes nos quais se implantou MitraClip por insuficiência mitral primária.

O desfecho primário (DP) foi uma combinação de mortalidade total e hospitalização por insuficiência cardíaca (IC). O desfecho secundário (DS) incluiu mortalidade total e uma combinação de mortalidade total, hospitalizações por IC e reintervenção na valva mitral.

Foram incluídos 419 pacientes, divididos em quartis de acordo com a média de MVG avaliado mediante ecocardiografia no dia seguinte ao procedimento (Q1: 1,9 mmHg, Q2: 3 mmHg, Q3: 4 mmHg e Q4: 6 mmHg). A idade média foi de 80 anos e 40% da população esteve composta por mulheres. O escore STS (Society of Thoracic Surgeons) médio foi de 7,7%. Foram usados 2 MitraClips em média, sem diferenças entre os quartis. No momento da alta, a redução da insuficiência mitral ≤ moderada foi alcançada em 97% dos pacientes.

Em 2 anos de seguimento não houve diferenças significativas entre os 4 quartis no que se refere ao DP e ao DS. A insuficiência mitral residual ≥ a moderada foi um fator independente associado a eventos adversos no seguimento.

Conclusão

O aumento da média de MVG no momento da alta não está associado a eventos adversos em pacientes com insuficiência mitral primária que tiveram resolução mediante o implante de MitraClip.