Efetividade dos distintos dispositivos para o tratamento de lesões femoropoplíteas: análise do registro K-VIS ELLA

O tratamento endovascular para lesões no território femoropoplíteo (FPA) se tornou a principal opção terapêutica graças a sua menor invasividade e a uma recuperação mais rápida. Para isso, foram utilizados distintos dispositivos terapêuticos, como stents convencionais (BMS), angioplastia com balão (POBA), balões recobertos com fármacos (DCB) e stents eluidores de fármacos (DES). No entanto, a evidência no mundo real é limitada e os pacientes não costumam estar bem representados nos estudos. 

Efectividad de los distintos dispositivos para el tratamiento de lesiones femoropopliteas: Análisis del registro K-VIS ELLA

O objetivo deste registro coreano multicêntrico, retrospectivo (2006-2014) e prospectivo (2010 até a atualidade) foi comparar a efetividade de cada modalidade terapêutica no tratamento de lesões em FPA na vida real. 

O desfecho primário (DP) foi a taxa de liberdade de revascularização do vaso tratado guiada pela clínica (TLR), definida como a reintervenção dentro de 5 mm proximal ou distal do segmento originalmente tratado. O desfecho secundário (DS) incluiu a perda de perviedade, eventos adversos maiores associados ao membro (MALEs) e morte por todas as causas. 

Foram analisados 2774 membros, dentre os quais 826 foram tratados com POBA, 943 com BMS, 778 com DCB e 227 com DES. A idade média dos pacientes foi de 71 anos e a maioria da população estava composta por homens. A maioria dos pacientes se encontrava na categoria de Rutherford 4-6 (41% dos pacientes) e as lesões eram do tipo C/D, segundo a classificação TASC II (59%). Após a aplicação da probabilidade inversa para equilibrar os grupos, a incidência acumulada de TLR foi significativamente diferente entre eles, sendo o grupo BMS o que teve maior incidência (26,5% vs. 25,7% no grupo POBA, 15,9% no grupo DCB e DES). O risco de TLR foi significativamente menor no grupo DCB (HR: 0,44; IC de 95%: 0,30-0,64; p < 0,001) ou DES (HR: 0,51; IC de 95%: 0,29-0,87; p = 0,014) em comparação com o grupo BMS. 

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Não houve diferenças quando se comparou pacientes do grupo DCB vs. DES (p = 0,613), nem quando se comparou POBA vs. BMS (p = 0,626). Do mesmo modo, o risco de MALEs ao comparar com o grupo BMS foi menor para o grupo DCB (HR: 0,44; 95% CI: 0,30-0,63; p < 0,001) e para o grupo DES (HR: 0,55; 95% IC: 0,32-0,95; p = 0,030), ao passo que o grupo POBA não mostrou diferenças. O mesmo padrão foi observado na análise da perviedade. Não houve diferenças no tocante à mortalidade por todas as causas entre todos os grupos. O grupo DCB apresentou favoráveis resultados quando as lesões FPA tratadas tinham morfologia complexa (TASC II tipo C/D) e segmentos longos (> 150 mm). 

Não houve diferenças significativas ao comparar os pacientes do grupo DCB vs. DES (p = 0,613), nem ao comparar POBA vs. BMS (p = 0,626). Do mesmo modo, o risco de MALEs na comparação com o grupo BMS foi menor para o grupo DCB (HR: 0,44; IC de 95%: 0,30-0,63; p < 0,001) e para elo grupo DES (HR: 0,55; IC de 95%: 0,32-0,95; p = 0,030), ao passo que o grupo POBA não apresentou diferenças significativas. O mesmo padrão foi observado na análise de perviedade. Não houve diferenças no tocante à mortalidade por todas as causas entre todos os grupos. O grupo DCB apresentou resultados favoráveis quando as lesões tratadas tinham morfologia complexa (TASC II tipo C/D) e segmentos longos (> 150 mm). 

Conclusão 

Este registro do mundo real sobre as lesiones FPA mostrou que o uso de DCB e DES esteve associado com melhores resultados que POBA ou BMS no que se refere a TLR, MALEs e perviedade em 2 anos. O uso de DCB foi superior a BMS na prevenção de TLR, independentemente da complexidade da lesão, ao passo que a superioridade do DES em comparação com o BMS se atenuou em lesões complexas. 

Dr. Andrés Rodríguez

Dr. Andrés Rodríguez.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Device Effectiveness for Femoropopliteal Artery Disease Treatment An Analysis of K-VIS ELLA Registry.

Referência: Seung-Jun Lee, MD et al J Am Coll Cardiol Intv 2023;16:1640–1650.


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