Sociedade Latino-americana de Cardiologia Intervencionista

A estenose aórtica severa calcificada é uma afecção comum que atualmente pode ser eficazmente resolvida por meio de cirurgia ou TAVI. Devido a diversas comorbidades ou características, alguns pacientes, no entanto, não são aptos para ditas opções de tratamento.

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A abordagem não invasiva com terapia de ultrassom (NUIT) está formulada como uma alternativa viável. Postula-se que o ultrassom poderia agir sobre as calcificações valvares, transformando-as novamente em tecido móvel ao amolecê-las.

Neste estudo, foram incluídos 40 pacientes com estenose aórtica severa calcificada sintomática que não eram candidatos a cirurgia ou implante percutâneo. Ditos pacientes foram submetidos a tratamento com ultrassom utilizando-se o dispositivo Valvosoft, da Cardiawave, com sede em Levallois-Perret, França.

O desfecho primário (DP) foi estabelecido como a mortalidade relacionada com o procedimento em 30 dias. A idade média foi de 83 anos, com uma distribuição equitativa entre homens e mulheres. 10 pacientes apresentavam diabete, 32 tinham hipertensão, 6 DPOC, 16 deterioração da função renal, 18 doença coronariana e 7 infarto.

O índice de risco STS foi de 5,6%. As avaliações cardíacas revelaram uma fração de ejeção de 53%, uma área valva aórtica de 0,57 cm2, um gradiente médio de 41,9 mmHg e dois pacientes tinham valva aórtica bicúspide. Um procedimento foi levado a cabo com anestesia geral, ao passo que os demais foram realizados sob sedação.

O DP não foi observado em nenhum paciente e não houve complicações em 30 dias, salvo uma dessaturação transitória durante o procedimento em um caso.

Depois de 6 meses de seguimento, a taxa de sobrevida foi de 72,5%, sem incidência de acidentes vasculares cerebrais ou alterações nos testes cognitivos. Além disso, notou-se uma melhora na classe funcional e na qualidade de vida da maioria dos pacientes. O eco-Doppler revelou um aumento na área valvar (0,58 cm2 vs. 0,64 cm2; p = 0,0088) e uma diminuição no gradiente médio (41,9 mmHg vs. 38,8 mmHg; p = 0,024).