O Ticagrelor reduz eventos de doença vascular periférica?

Título original: Ticagrelor for Prevention of Ischemic Events After Myocardial Infarction in Patients With Peripheral Artery Disease.

Referência: Marc P. Bonaca et al. J Am Coll Cardiol. 2016 Jun 14;67(23):2719-28.

 

ticagrelorA doença vascular periférica se associa a uma alta taxa de eventos isquêmicos e hemorrágicos em pacientes com infarto do miocárdio prévio.

Este estudo avalia a eficácia e a segurança do ticagrelor no que se refere a eventos cardiovasculares e eventos sobre os membros inferiores em pacientes com doença vascular periférica e infarto agudo do miocárdio prévio.

O estudo PEGASUS-TIMI 54 (Prevention of Cardiovascular Events in Patients With Prior Heart Attack Using Ticagrelor Compared to Placebo on a Background of Aspirin—Thrombolysis In Myocardial Infarction 54) randomizou 21.162 pacientes com infarto prévio (1 a 3 anos antes após a randomização) a receber ticagrelor 90 mg. a cada 12 horas, ticagrelor 60 mg. a cada 12 horas ou placebo (todos somados a baixas doses de aspirina).

Dentre o total de pacientes foram avaliados 1.143 (5%) que apresentavam doença vascular periférica confirmada. Analisou-se a ocorrência de eventos cardiovasculares (morte cardiovascular, infarto ou AVC) e eventos adversos do membro inferior (isquemia aguda ou necessidade de revascularização periféricas por isquemia).

Os pacientes com doença vascular periférica que receberam placebo (n = 404) tiveram taxas mais altas de eventos cardiovasculares em 3 anos que os que receberam placebo e não tinham diagnóstico de doença vascular periférica (n = 6.663; 19,3% vs. 8,4%; p < 0,001). Esta diferença persistiu após todos os ajustes. Além disso, os pacientes com doença vascular periférica apresentaram maior taxa de isquemia aguda de membros inferiores (1,0% vs. 0,46%) e maior necessidade de revascularização periférica (9,15% vs. 0,46%).

A redução relativa de risco com o ticagrelor foi consistente apesar da doença vascular periférica. De fato, os pacientes com diagnóstico de claudicação intermitente mostraram uma maior redução absoluta de risco (número necessário a tratar de 25) dado o maior risco absoluto basal.

O excesso absoluto de sangramento maior TIMI foi de 0,12% (número necessário para prejudicar 834).

O ramo que recebeu doses de 60 mg. teve um particular benefício no que se refere à mortalidade cardiovascular e mortalidade total.

Finalmente, o ticagrelor (considerando ambas as doses avaliadas) reduziu o risco de eventos sobre os membros inferiores (HR: 0,65; IC 95% 0,44 a 0,95; p = 0,026).

 

Conclusão

Os pacientes com infarto agudo do miocárdio prévio e doença vascular periférica concomitante apresentam um risco mais elevado de eventos isquêmicos. Nestes pacientes, o ticagrelor reduz eventos cardiovasculares e eventos nos membros inferiores.

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