REPRISE III: Lotus e CoreValve são medidos em pacientes de alto risco ou inoperáveis

REPRISE III: Lotus e CoreValve são medidos em pacientes de alto risco ou inoperáveis A eficácia do implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) já está demonstrada. Contudo, uma das limitações da técnica é o implante subótimo e a insuficiência paravalvar. O sistema Lotus é um dispositivo totalmente reposicionável e recuperável com expansão mecânica controlada. Esta possui um selo adaptável para minimizar a insuficiência paravalvar, sendo que não é necessária a estimulação durante a liberação e dado o precoce funcionamento da mesma, o procedimento é muito estável do ponto de vista hemodinâmico.

 

Este foi um estudo prospectivo e multicêntrico (EUA, Canadá, Alemanha, França, Austrália e Holanda) que randomizou 2:1 Lotus vs. CoreValve, com critério de não inferioridade, pacientes com estenose aórtica severa e risco cirúrgico alto ou diretamente inoperáveis.

 

O desfecho primário de segurança foi uma combinação de morte, acidente vascular cerebral, sangramento maior, insuficiência renal e complicação vascular maior em 30 dias. O desfecho primário de eficácia foi uma combinação de morte, AVC maior e insuficiência paravalvar moderada a severa em um ano.

 

Foram incluídos 912 pacientes (CoreValve 305 e Lotus 607) em 55 centros dos países antes mencionados entre 2014 e 2015.

 

A valva Lotus alcançou o critério de não inferioridade para o desfecho primário de segurança em 30 dias (Lotus 19% vs. CoreValve 16%; p para não inferioridade = 0,001). O dispositivo Lotus apresentou uma maior necessidade de novo marca-passo (29,1 vs. 15,8; p < 0,001).

 

Em um ano as curvas do desfecho primários de segurança ficaram superpostas (Lotus 30,7% vs. CoreValve 30,2%; p = 0,83).

 

Para o desfecho primário de eficácia, o dispositivo Lotus alcançou sem problemas a não inferioridade (Lotus 16,7% vs. CoreValve 29%; p para não inferioridade < 0,001).

 

Ambas as valvas mostraram mortalidades similares (CoreValve 13,7% vs. Lotus 11,9%; p = 0,48) mas a CoreValve apresentou maior insuficiência paravalvar moderada a severa (11,1% vs. 2,0%; p < 0,001) e maior taxa de AVC incapacitante (CoreValve 7,3% vs. Lotus 3,6%; p = 0,02).

 

Conclusão

A valva Lotus demonstrou ser segura e eficaz em comparação com a valva autoexpansível comercialmente disponível no momento do estudo, ou seja, a CoreValve.

 

Dr. Feldman Ted
Dr. Feldman Ted

Título original: A Prospective, Randomised Investigation of a Novel Transcatheter Aortic Valve Implantation System: The REPRISE III Trial.

Apresentador: Ted E. Feldman.

 

 

FeldmanTed


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

 Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

AHA 2025 | CLOSURE-AF: oclusão percutânea de apêndice atrial esquerdo (LAAO) vs. tratamento médico em fibrilação atrial com alto risco de AVC e sangramento

A fibrilação atrial (FA) é uma patologia complexa  e os pacientes que a padecem costumam apresentar múltiplas comorbidades, entre elas um elevado risco de...

Fibrilação Atrial e Doença Renal Crônica: Resultados de Diferentes Estratégias de Prevenção de Acidente Vascular Cerebral

A fibrilação atrial (FA) afeta aproximadamente 1 em cada 4 pacientes com doença renal terminal (DRT). Essa população apresenta uma alta carga de comorbidades...

TCT 2025 | SUMMIT-MAC: Substituição mitral transcateter com o sistema Tendyne em pacientes com calcificação anular severa

O estudo SUMMIT-MAC, prospectivo e multicêntrico, avaliou a segurança e a eficácia da substituição valvar mitral transcateter (TMVR) com o sistema Tendyne em pacientes...

TCT 2025 | PREVUE-VALVE: prevalência de doença em idosos dos Estados Unidos

O estudo PREVUE-VALVE foi desenhado para determinar a prevalência real e os determinantes demográficos da doença valvar em idosos, utilizando uma metodologia descentralizada e...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Impacto da Pressão Arterial Sistólica Basal nas Alterações Pressóricas após a Denervação Renal

A denervação renal (RDN) é uma terapia recomendada pelas diretrizes para reduzir a pressão arterial em pacientes com hipertensão não controlada, embora ainda existam...

AHA 2025 | DAPT-MVD: DAPT estendido vs. aspirina em monoterapia após PCI em doença multivaso

Em pacientes com doença coronariana multivaso que se mantêm estáveis 12 meses depois de uma intervenção coronariana percutânea (PCI) com stent eluidor de fármacos...

AHA 2025 | TUXEDO-2: manejo antiagregante pós-PCI em pacientes diabéticos multivaso — ticagrelor ou prasugrel?

A escolha do inibidor P2Y12 ótimo em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a intervenção coronariana percutânea (PCI) se impõe como um desafio clínico...