MitraClip “Off Label” com bons resultados

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

A insuficiência mitral é a doença valvar mais frequente, chegando a atingir mais de 6% dos idosos a partir de 65 anos.

La reparación de la válvula mitral con Mitraclip es segura en pacientes de alto riesgoAtualmente, a cirurgia é a estratégia de escolha, sendo o tratamento percutâneo uma alternativa válida.

 

Na atualidade, não se avaliou qual é a evolução a longo prazo naqueles pacientes sintomáticos com alto risco cirúrgico e que não cumprem com as indicações formais para a estratégia percutânea.

 

Analisaram-se 203 pacientes que apresentavam alto risco para cirurgia e que não cumpriam com os critérios clássicos para implante de MitraClip. Dentre eles, 85 receberam MitraClip (41,9%), 42 foram submetidos a cirurgia (20,7%) (27 substituições e 15 reparações) e 76 receberam tratamento médico.


Leia também: Momento ótimo para revascularizar um infarto com elevação transitória do ST.


As duas causas mais frequentes para que os pacientes não fossem escolhidos para tratamento percutâneo foram a fragilidade e a insuficiência tricúspide, seguidos do fato de terem sido submetidos a cirurgia valvar aórtica prévia, severa calcificação do anel mitral, anel mitral grande e risco de obstrução do trato de saída do ventrículo esquerdo.

 

A idade média foi de 79 anos e mais da metade eram mulheres. 64% tiveram fibrilação atrial e todos estavam em classe funcional III-IV. O orifício regurgitante foi maior nos pacientes que foram submetidos a intervenção, do mesmo modo que o volume regurgitante (0,54 vs. 0,41; p = 0,004 e 82 vs. 65; p = 0,02) e a fração de ejeção (57 vs. 51; p = 0,02).

A mortalidade hospitalar para os que receberam intervenção foi: 0% para MitraClip; 6,7 para reparação cirúrgica e 7,4% para substituição valvar.


Leia também: Os 10 mandamentos da 4ª definição universal de infarto.


O seguimento médio foi de 7 meses (2,5 a 19 meses). Com um ano de seguimento, a mortalidade cardíaca foi menor nos que receberam intervenção (2,4% vs. 11,8%; p < 0,0001). A sobrevida livre de morte e a sobrevida livre de morte e insuficiência cardíaca foi também maior neste grupo em comparação com os que receberam tratamento médico.

 

Conclusão

Os pacientes inelegíveis para tratamento percutâneo que recebem tratamento médico apresentam uma má evolução. Estes dados e o significativo número de pacientes que não são candidatos à reparação percutânea respaldam a necessidade de uma interação na estratégia de tratamento, bem como a necessidade de desenvolver tratamentos alternativos para melhorar o prognóstico destes pacientes.

 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

 

Título original: Causes and Clinical Outcomes of Patients Who Are Ineligible for Transcatheter Mitral Valve Replacement.

Referência: Hiroki Niikura, et al. J Am Coll Cardiol Intv 2019;12:196–204


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...

É realmente necessário monitorar todos os pacientes após o TAVI?

Os distúrbios de condução (DC) posteriores ao implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) constituem uma complicação frequente e podem incidir na necessidade de um...

Valvoplastia aórtica radial: vale a pena ser minimalista?

A valvoplastia aórtica com balão (BAV) foi historicamente empregada como estratégia de “ponte”, ferramenta de avaliação ou inclusive tratamento paliativo em pacientes com estenose...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...