Momento ótimo para revascularizar um infarto com elevação transitória do ST

Aqueles pacientes que são admitidos cursando uma síndrome coronariana aguda com elevação transitória do segmento ST mas que logo depois o normalizam completamente (desaparecendo os sintomas antes de serem tratados) são os pacientes que habitualmente catalogamos como ‘cursando uma síndrome coronariana aguda sem elevação do segmento ST’. Isso é complexo, já que não está claro o momento ótimo para revascularizar estes pacientes, nem se sabe ao certo se deveriam ser tratados como pacientes ‘com’ ou ‘sem’ elevação do segmento ST.

O objetivo deste trabalho foi determinar os efeitos de uma estratégia imediata vs. uma diferida, quantificando o tamanho do infarto com ressonância magnética cardíaca.

 

Analisaram-se 142 pacientes com elevação transitória a uma estratégia imediata (como se fosse uma angioplastia primária em pacientes com elevação persistente do ST em uma média de 0,3 horas) vs. uma estratégia invasiva diferida (como se fossem pacientes sem elevação do ST) em uma média de 22,7 horas.



Leia também: Os 10 mandamentos da 4ª definição universal de infarto.


O tamanho do infarto medido por ressonância no 4º dia do evento foi pequeno e similar entre ambas as estratégias.

 

Tampouco houve diferenças em termos de eventos cardíacos maiores, uma combinação de morte, reinfarto ou revascularização após 30 dias (2,9% vs. 2,8%; p = 1,00).


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Somente 4 pacientes do grupo diferido (5,6%) necessitaram intervenção de urgência devido a sinais e sintomas de reinfarto enquanto aguardavam a angiografia.

 

Conclusão

Globalmente, o tamanho do infarto naqueles pacientes que se apresentaram com elevação transitória do segmento ST é pequeno e isso não se relaciona com a estratégia de revascularização imediata ou diferida. Os eventos duros a curto prazo forma baixos e similares entre ambos os grupos.

 

Título original: Timing of revascularization in patients with transient ST-segment elevation myocardial infarction: a randomized clinical trial.

Referência: Jorrit S. Lemkes et al. European Heart Journal (2019) 40, 283–291.

 

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